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Comportamento, saúde e obesidade

Opinião|Relacionamentos tóxicos

É importante estar atento aos pequenos sinais que o abusivo vai deixando escapar

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 Foto: Estadão

Todo início de romance é lindo, normalmente é um momento marcado com comportamentos de muito carinho, gentileza e elogios. Os parceiros se desdobram para mostrar o seu melhor para a pessoa amada, querem conquistá-la a qualquer custo.

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Mas com o passar do tempo os parceiros começam a mudar de comportamento e mostrar de forma mais realista como são, acostumam-se um com o outro e o relacionamento vai entrando em outra fase. Nesse momento começam os desafios onde ambos precisarão colocar energia para dar certo e contornar as diferenças que ficarão mais acentuadas nesse período.

Só que nem nem sempre as coisas vão se encaixar tão bem e pode ser que um dos dois comece a apresentar comportamentos dos quais não mostrava no início. As gentilezas se transformam em exigências, as agressões começam, a destituição do parceiro é constante, o que causa certa desorientação, pois o outro lado não entende muito bem o que aconteceu sendo que tudo estava indo muito bem.

É assim que se inicia um relacionamento abusivo, o que aparentemente era maravilhoso se torna um inferno do qual não se tinha ideia que seria possível, mas tudo isso acontece quando já se conquistou a vítima e essa já está bem fragilizada, o que torna a situação ainda mais complexa.

Segundo o site Agência Brasil, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) destaca que os casos de feminicídio cresceram 22,2%, entre março e abril deste ano, em 12 estados do país, comparativamente ao ano passado. A situação é bem complexa e nesse momento que vivemos proporcionou um agravamento maior da situação.

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A questão é como lidar com essa realidade visto que a maior parte das mulheres não consegue tomar uma atitude para romperem com o agressor, pois recebe diversas ameaças e chantagens emocionais que as faz desistir da denúncia ou de deixarem o parceiro.

O abusador normalmente apresenta uma facilidade em se comunicar, usando da manipulação e sedução, o que dificulta a vítima em tomar uma atitude, visto que ele mostra ótimos comportamentos para os que os rodeiam. No entanto em casa é onde tudo acontece, e os mesmos não poupam suas vítimas de agressões.

Mas também existem aqueles tipos mais sutis e que não usam da violência física com as parceiras, mas que promovem diversos estragos emocionais, pois vão aos poucos minando a autoestima e confiança das mesmas, e ao longo do tempo começam a serem agredidas de forma mais escancarada.

Um aspecto importante a ser lembrado é que o parceiro costuma falar mal de seus amigos e familiares, para que desta forma a vítima comece a cortar vínculos ficando à disposição do mesmo. A culpa é inexistente para eles, mas conseguem fazer o outro se sentir culpado até mesmo por seus erros e traições, uma inversão de fatos.

É imprescindível que ao identificar esses comportamentos a vítima consiga sair do relacionamento a fim de se proteger e aos filhos também, pois essas agressões causam diversos problemas para toda a família. Lembre-se de que eles não irão mudar e nem parar com as agressões, o que muitas vezes acontece é eles prometerem que mudarão, proporcionarem um período que chamamos de lua de mel, e na sequência voltarem a apresentar os mesmo comportamentos agressivos e, muitas vezes, muito pior do que era anteriormente.

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É preciso ajuda de pessoas que confia e também de profissionais habilitados para que possa se estruturar emocionalmente e conseguir retomar a vida de uma forma mais segura. E é nesse momento com certeza, que o abusador irá tentar se reaproximar e pedir desculpas pelos erros que cometeu e a parceira precisará estar mais fortalecida para conseguir manter a determinação em não voltar para a relação.

Infelizmente são poucas as mulheres que recebem apoio dos familiares para recomeçarem a vida, o que dificulta ainda mais a situação. Porém, é preciso buscar ajuda em outros locais e pessoas para que possa resolver essa situação, pois permanecer com o parceiro é como morrer em vida, nunca conseguirá sentir-se segura e muito menos feliz.

 

 

 

 

 

Opinião por Luciana Kotaka
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