PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Comportamento, saúde e obesidade

Opinião|Os vícios e as doenças servem como sustentação das dores emocionais

Ao ignorarmos as dores emocionais os sintomas se instalam e denunciam o que tanto queremos deixar fechado a sete chaves

Foto do author Luciana  Kotaka
Atualização:

 

 Foto: Estadão

Imagine que você está em uma situação bem difícil, sente dor, desespero e ainda não tem compreensão dos fatos que ocorrem com você ou com a sua família. Nesse momento em que você não tem instrumentos necessários para resolver de forma assertiva o que está presenciando, a memória do evento se instala em seu corpo e em algum momento de sua vida um sintoma surge, aparentemente do nada.

PUBLICIDADE

Cada indivíduo irá carregar uma história de vida inscrita em seu corpo, sendo que as ruins tem a capacidade de deixar marcas emocionais a nível físico, e aí surge a necessidade de uma muleta para expressá-la, como uma forma de alívio, mesmo que seja uma saída momentânea.

A gula, o cigarro, o álcool, as drogas ilícitas, o sexo, o jogo e as doenças são caminhos que cumprem perfeitamente o papel de desviar a nossa atenção da dor emocional. Servem como analgésicos potentes pois desviam a nossa atenção do que é realmente importante, nos fazendo acreditar que ao optarmos por esse caminho tudo ficará bem. Só que isso não funciona, apenas irá ficar adormecido como um grande vulcão em que algum momento expelirá suas lavas para fora, às vezes de forma bem agressiva como o câncer.

Mas em nossa cultura o emocional é deixado de lado por um grande número de pessoas, fomos levados a acreditar somente no aspecto organicista, ignorando assim o poder das dores emocionais e os registros de memória, em que o corpo e a mente tem a capacidade de posteriormente manifestar.

Talvez fique mais claro para você se eu te falar que alguns desses amortecedores são utilizados desde a infância, por exemplo, a gula. Você estava lá pequenino sentindo um grande desconforto, tristeza, sensação de abandono, de não ser aceito e a comida estava ali à sua frente gritando para que você a consumisse. Ela acabou sendo uma companheira, uma forma rápida de aliviar momentaneamente as dores, a angústia, a ansiedade, assim como o cigarro e outras drogas surgem no mundo adulto para um grande número de pessoas com a mesma finalidade.

Publicidade

Então pare tudo, preste a atenção em sua história de vida, nas experiências do passado, mesmo que aparentemente não faça muito sentido no início. Abra o coração e a sua cabeça para entender a sua trajetória de vida, o que ouviu, sentiu e experimentou. Desta forma poderá entender melhor como o seu vício ou sua doença de hoje é um sintoma, até para não entrar em contato com o amor e com a  dor.

Somos o que vivemos, dizemos e pensamos, mas podemos mudar toda programação que foi construída até o momento,  permitindo assim que possamos nos livrar do que não nos serve mais e criar condições para uma vida mais saudável e feliz.

 

 

 

Opinião por Luciana Kotaka
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.