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Comportamento, saúde e obesidade

Opinião|Oi, cadê meus pais?

Não confundam o papel de acolhedores com o de serem amigos na adolescência.

Foto do author Luciana  Kotaka
Atualização:
 Foto: Estadão

O risco é grande e na verdade bem tentador, afinal quem teve pais rígidos demais tende, ou reproduz o mesmo papel, ou seguem a outro extremo, o de ser amigo dos filhos.

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É importante deixar claro que o ideal de muitos pais é de serem amigos de seus filhos, porém antes de tudo é preciso estar atentos a essa cilada, as crianças e adolescentes precisam de pais. São eles que ensinam o certo e o errado, orientam no caminho do bem, constroem muitos dos valores de seus filhos.

Mas para muitos é mais fácil ser amigo não se implicando da forma necessária como deveriam, isto é, colocando limites e cobrando dos mesmos posturas adequadas, tanto em relação aos estudos, na relação familiar, como também na vida.

Uma vez, uma amiga me disse o seguinte: se meu filho me pedir para ir de bicicleta ao shopping vou dizer não, pois ele sabe que pode ir, mas se me pediu mesmo assim é porque está precisando de limites. Na época não entendi direito o que isso significava, mas com o tempo, com a prática clínica e hoje como mãe fica muito claro, filhos pedem limites, temos que estar atentos às mensagens subliminares que eles nos passam.

Crianças nos pedem limites em várias ocasiões, estão aprendendo a se relacionar consigo mesmas acima de tudo, com o outro e em várias situações ao seu redor. Desde pequeninos andar de cadeirinha no carro não é uma escolha, é a única opção, tanto pela segurança como porque há uma lei a ser seguida. Quando fazemos as vontades dos mesmos passamos a mensagens de que com um pouco de manha eles conseguem o que querem, então seguem adiante achando que podem burlar várias regras, não só essa que exemplifiquei acima.

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Na adolescência o cuidado é redobrado, eles já conhecem outros grupos e identificam que as famílias dos amigos são diferentes, posturas e orientações que irão divergir daquelas que têm em casa.Esse momento é mais delicado porque você pode ser confrontado com perguntas e até acusações por agir de forma diferente da que os filhos gostariam.

 Muitas vezes o grito de socorro, o pedido de limites vem de forma camuflada, nem prestamos a atenção em detalhes que possam estar saindo do controle. Nesse momento ser mais amigo do que pais pode ser o caminho onde eles se perdem por não conseguirem escolher o que é melhor, até porque nem sempre o correto é o mais interessante.

Estejam atentos:

- Divergências constantes em casa;

- Faltas de cuidados com a higiene pessoal, quarto e notas escolares;

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- Contradições em seus relatos;

- Não cumprimento de obrigações em casa, em horários e retorno de festas;

- Comentários insistentes sobre alguma dúvida e situação que possam estar passando, pode ser aí o momento de intervir;

- Problemas de socialização na escola e em casa;

- Sono excessivo e muita internet.

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Podemos ser acolhedores, dar amor e ao mesmo tempo sermos pais que educam, cobram, orientam e dão limites, e que acima de tudo dão exemplos consistentes de como ser um indivíduo na sociedade, com valores e moral.

Opinião por Luciana Kotaka
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