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Comportamento, saúde e obesidade

Opinião|Mãe não deveria ser um porto seguro?

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Foto do author Luciana  Kotaka
Atualização:

A responsabilidade de se ter um filho vai além do desejo de procriar

 Foto: Estadão

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Quando pensamos na palavra mãe já nos vem a imagem de um ser doce, que acalenta, protege e que tem um imenso amor para oferecer ao seu filho. Muito de nossa impressão já vem da religião em que aprendemos que Nossa Senhora é a grande mãe protetora, e essa imagem vem se perpetuando através dos tempos, filhos são uma dádiva, um presente para que se construa uma família feliz.

Mas o que vem me preocupando muito é o crescente número de mães que agridem os filhos, muitas vezes tirando-lhes a vida, por motivos tão banais como, por exemplo, sujar a cama. Essa semana mesmo tivemos um caso no Brasil em que a mãe jogou o filho da cama, pois este defecou nas roupas e sujou o lençol. Esse é somente mais um caso registrado, fora os milhares de outros que não chegam ao conhecimento da justiça e deixam marcas que se perpetuam no corpo e na alma da criança.

Claro que para muitas pessoas, e muitas vezes para mim, é fácil julgar atitudes extremas como essa citada acima, até porque somos tomados pela indignação, raiva, dor, pois como seres tão vulneráveis se tornam vítimas de adultos que de alguma forma autorizaram seu nascimento. O que muitas vezes esquecemos é que essas crianças são vítimas de outras vítimas que também tiveram sua história marcadas de violência, e que de alguma forma colocam sua raiva, sua dor ao surrar um filho, machucar e até matar.

Não estou aqui defendendo de forma alguma essa mãe, mas tentando amplificar o olhar para compreender a crescente onda de violência a menores, se é que tem como digerirmos as explicações que possam ter desencadeado esses comportamentos.

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Atualmente com tantas medidas preventivas que temos à disposição é possível escolher em termos ou não um bebê, podemos escolher com consciência se temos suporte emocional para dar conta de dividir o tempo, se dedicar, abrir mão de atividades e do descanso, se implicar com os possíveis revezes que o filho nos traz.

Ser mãe é muito mais do que só lidar com alegrias, estamos sujeitas o tempo todo às situações inesperadas, doenças, e até acidentes que podem transformar o sonho cor de rosa em uma realidade dura de dar conta, e nesse momento identificamos sim nossa capacidade de nos doar e cuidar daqueles que escolhemos colocar em nossas vidas.

Por isso escolha com cautela, pense se você está realmente preparada para essa missão, pois ser mãe é uma missão de amor e tolerância, caso contrário, quebre as regras, não tenha.

Opinião por Luciana Kotaka
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