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Comportamento, saúde e obesidade

Opinião|Ficar em casa nunca foi tão angustiante

Quando enfrentamos as adversidades de forma positiva diminuímos os efeitos maléficos que o isolamento e a restrição promovem

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Foto do author Luciana  Kotaka
Atualização:
 Foto: Estadão

As ruas estão quase vazias, os comércios fechados, as escolas adaptando-se ao sistema on-line e muitos de nós ficamos recolhidos dentro de nossas casas. A empolgação de muitos que viram nesse momento a oportunidade de descansar logo virou tédio. As fichas vão caindo aos poucos, confesso que dentro de minha casa isolada não fica fácil acreditar no que está acontecendo lá fora.

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Nessa ciranda de medo e de orientações a serem seguidas muitas pessoas frágeis estão expostas ao pânico e à depressão. A tristeza aumenta, o desânimo toma conta, relações frágeis ficam mais balançadas, o silêncio fica ainda mais presente, podemos ouvir o som da realidade. Temos tempo de sobra para nos lembrar do que na rotina deixamos de lado, preso dentro de uma gaveta.

Somos obrigados a nos escutar, ouvir nossos pensamentos, pensar nos sonhos, o quanto todos os nossos planos tendem a ser pequenos, egoístas e muitas vezes incoerentes. Começamos a pensar no todo. É muito interessante como a tragédia une, desperta outro eu interno dentro de cada um de nós, um lado empático. Esse é um momento de muita reflexão, de muita dor e de oportunidade de crescimento.

Já que estamos todos passando por esse momento seria interessante aproveitá-lo para reorganizar a vida, olhar para o que se construiu até o momento, o quanto o trabalho que realiza lhe traz satisfação, em como seu relacionamento está sendo gratificante. E o seu comportamento com as pessoas tem sido empático, consegue sorrir, ser generoso, carinhoso? O quanto tem contribuído para um mundo melhor?

Posso dar inúmeras sugestões e, acredite, também estou inserida nesse grupo de pessoas que precisa repensar a vida, que também precisa lapidar comportamentos, afinal somos pessoas em evolução. Somos levados a enquadrar muitas coisas, somos formatados pela sociedade, mas está aí uma oportunidade de verificarmos em que nível estamos e o que precisa ser feito para sermos leves, espontâneos, amigos, presentes, mais coerentes com o que desejamos, com o que sentimos dentro do coração.

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Nesse pacote da crise que estamos vivendo haverá perdas, mas também teremos ganhos. Saíremos mais fortes, mais presentes, olhando para o que realmente precisamos para sermos e fazermos o outro feliz, muito mais do que sobreviventes, ficaremos mais resilientes. Vamos aos poucos entrando em contato com a nossa essência, aprendendo valores de fraternidade, de amor e cuidado ao próximo.

Toda a humanidade está recebendo o mesmo convite, de olhar para dentro e identificar as mudanças que são importantes para a evolução do mundo, para frearmos os movimentos e ações que levarão ao caos. E nessa loucura do isolamento que estamos sendo obrigados a acatar, esse recolhimento, poderemos então entender que era momento de parar.

 

 

Opinião por Luciana Kotaka
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