Foto do(a) blog

Comportamento, saúde e obesidade

Opinião|A gula como reflexo da ansiedade

Há diversas formas simples para se combater a ansiedade nesse período da quarentena

PUBLICIDADE

Foto do author Luciana  Kotaka
Atualização:
 Foto: Estadão

A ansiedade é um tema amplamente estudado e raramente você conversará com alguém que nunca se sentiu ansioso em algum período de sua vida. Na verdade existem momentos em que uma certa ansiedade dá um colorido a mais para a nossa vida, é só marcar um encontro com a pessoa que você está apaixonada e logo o seu coração dispara e a ansiedade toma conta de você.

PUBLICIDADE

Mas na maioria das vezes essa sensação não é tão boa assim, concorda? Existem momentos em que a ansiedade incomoda muito e pode até nos deixar extremamente desconfortáveis. Aposto como você irá se lembrar de algum acontecimento bem marcante, como a véspera de uma prova, quando dirigiu um carro pela primeira vez sozinho ou quando a sua conta entrou no vermelho no banco.

Em algumas situações ficaremos incomodados, perderemos o sono, quem sabe uma leve taquicardia, mas muitas pessoas irão amortecer a ansiedade comendo. Será que isso já aconteceu com você? Sabe aquele momento em que você desata a comer chocolates e só consegue parar após esvaziar o pacote? Pois é, aposto que você  já passou por isso.

E é esse momento que vivemos a pandemia do Coronavírus que o desafio de ficar fechado dentro de casa e com a liberdade cerceada que a comida se torna ainda mais atrativa para a maioria das pessoas. O comportamento de gula traz muitas consequências pois afeta a saúde como um todo, causando mal-estar gástrico, dores de cabeça, náuseas e impactando no peso corporal. Percebemos que o nível de ansiedade está tão alto que buscamos comer até nos sentirmos empanturrados, pois temos a falsa sensação momentânea de que ficaremos mais tranquilos. Grande engano, logo você estará novamente incomodado.

Isso porque deixamos de usufruir de muitos prazeres que a liberdade nos proporciona, então a comida que sempre está disponível na cozinha acaba sendo um dos alvos em momentos em que a ansiedade se apresenta.

Publicidade

É sempre muito importante lembrar que cada pessoa irá recorrer a um tipo de amortecedor, já ouvi relatos de pessoas ansiosas que recorrem a atividades físicas intensas como uma forma de aplacar o incômodo da ansiedade. No texto estou focando na comida que é uma das queixas mais frequentes em meu trabalho há anos. E a questão é, como virar esse jogo e não usar a comida nesse momento da quarentena?

Não existe uma fórmula mágica e sabemos que criamos diversos hábitos durante a vida que podem ou não favorecer uma mudança de comportamento. Nesse momento é fundamental que se mude o foco buscando outras formas de aliviar a ansiedade. Abaixo vou listar algumas opções básicas para ser colocar em prática.

- Os óleos essenciais são muito benéficos e existem várias essências que visam a diminuir os sintomas da ansiedade. Você pode usá-los de diversas formas, o importante é seguir as recomendações do local em que irá adquirir;

- Você encontra no YouTube ou em aplicativos vários tipos de atividades físicas e até diversas modalidades de aulas de danças para se exercitar sem sair de casa, e ainda aumentar o nível de serotonina no cérebro que é o hormônio que proporciona bem-estar, a diminuição da ansiedade, a melhora a qualidade do sono, entre outros;

- A ansiedade tem uma ligação direta com a sua forma de respirar, portanto lembre-se de prestar atenção em como está respirando e pratique alguns minutos de silêncio durante o dia. Sentado em uma cadeira e com as mãos sobre as pernas, feche os olhos e foque a atenção no ar que entra e sai do seu nariz, e aos poucos relaxe o seu corpo e se entregue a esse exercício por alguns minutos. Quanto mais praticar esses períodos de silêncio cuidando da respiração, mais rapidamente sentirá os benefícios desse exercício.

Publicidade

Combater a ansiedade pode ser bem mais simples do que imaginamos e se ainda assim não conseguir controlar o impulso de comer da gula, então é importante buscar ajuda especializada. Enquanto isso, quem sabe essa quarentena seja a oportunidade de parar e olhar para si mesmo e entender quais são os gatilhos emocionais que disparam a sua ansiedade e, consequentemente , o desejo desenfreado de comer.

 

 

Opinião por Luciana Kotaka
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.