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Comportamento, saúde e obesidade

Opinião|A doença que se herda

A importância de se respeitar o paladar infantil evita futuros transtornos alimentares

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 Foto: Estadão

por Luciana Kotaka

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Somos bombardeados diariamente por propagandas de novos produtos de rejuvenescimento, plásticas, exercícios que endurecem o bumbum, dietas que emagrecem, uma avalanche de informações que de forma insidiosa vai infiltrando em nossas vidas e transformando nossos sonhos e frustrando ao mesmo tempo.

Dentro dessa situação que cresce de forma alarmante vemos que não são somente os adolescentes e adultos que são atingidos, mas as crianças, que são os futuros consumidores de todos esses produtos. Em um espaço de duas semanas tive contato com duas mães que estão acima do peso e transferiram para as suas filhas o seu desejo de serem magras. Comer de forma saudável deve ser sim uma opção assertiva, mas transformar esse processo em um ritual planejado de forma sistemática todos os dias transforma a vida dessas crianças em um terrível e temido pesadelo.

Todos nós sabemos dos benefícios do suco verde pela manhã, mas obrigar crianças pequenas a tomar esse suco, mesmo não gostando, e sentindo ânsia não é algo normal ou mesmo natural, ou privá-los de comer algo fora de casa, ou na escola, como se os alimentos fossemcontaminar e propagar doenças em seus filhos.

Não somente a onda do corpo magro que leva aos transtornos alimentares é nociva, mas essas mães que acreditam que suas filhas também precisam entrar em um sistema assim levando a obsessão.

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Precisamos mudar urgentemente essas crenças que vêm se instalando e começar a agir de forma adequada para contermos essa realidade patológica que vem se instala a cada dia que passa em nossas vidas e em muitas casas.

Aceitar os sinais da idade também tem seu charme, ter um corpo com curvas é lindo, comer de forma equilibrada nos permitindo o prazer de comer a batata frita ou um refrigerante é humano e é muito bom.

O equilíbrio deve ser a palavra de ordem em nossas vidas, em todas as ações, pois viver é bom demais, ser e não ter também, mas como ser espontâneo, autêntico com tantas cobranças e idealizações? Fica para reflexão da semana.

Opinião por Luciana Kotaka
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