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Comportamento, saúde e obesidade

Opinião|A comida como forma de autoagressão

É preciso buscar ajuda especializada para poder eliminar os gatilhos emocionais que levam ao comportamento de comer compulsivo

Foto do author Luciana  Kotaka
Atualização:
 Foto: Estadão

 

Emagrecer é um processo que demanda muito comprometimento, e quando paramos para pensar nesse aspecto logo bate o desânimo e a preguiça. Isso porque ao contrário do que a maioria das pessoas acreditam, perder peso não é fechar a boca e nem tirar do cardápio os alimentos que se gosta. Claro, concordo que quando optamos por esse caminho perdemos peso mais rapidamente, mas depois de um tempo, voltamos ao peso anterior. São poucas as pessoas que eliminam peso e se mantêm magras, essas com certeza mudaram o estilo de vida, passaram a se exercitar periodicamente e cuidam da qualidade dos alimentos que consomem.

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Mas a grande maioria continua acima do peso, basta darmos uma espiada na estatística sobre obesidade no Brasil, a obesidade é considerada uma pandemia. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que a obesidade é um dos maiores problemas de saúde pública do mundo. É importante lembrar que as comorbidades associadas ao excesso de peso matam milhares de pessoas em todo o mundo, sendo assustador quando paramos para avaliar os riscos.

Mas a questão é que não é nada fácil mudar essa realidade, pois além dos aspectos práticos, como mudar hábitos, existe um fator que ainda é muito negligenciado que são os aspectos emocionais envolvidos na obesidade. Normalmente quando conversarmos com uma pessoa que está acima do peso, bastam alguns minutos e já conseguimos identificar algumas características que nos remetem a problemas emocionais.

As pessoas ansiosas ou deprimidas são mais suscetíveis ao descontrole alimentar, mas também identificamos fatores diversos com frustração, raiva, medo, alegria, tristeza, solidão, estresse, cansaço, dificuldades conjugais e sexuais, entre outros. Na verdade cada pessoa tem a sua própria forma de funcionar quando se trata de lidar com as emoções e não podemos avaliar o outro através de nossa história e nossa forma de ver o mundo. É bem claro que as pessoas que apresentam o peso acima do que é saudável apresentam diversos aspectos emocionais que servem de disparadores da superalimentação.

Comer é um processo que proporciona muito prazer, a comida é um artifício rápido e fácil para se obter prazer, uma forma de alimentar a nossa alma, mas lembre-se de que desta forma não conseguirá resolver o que incomoda de verdade, ea sua saúde vai ficando comprometida.

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Por isso perder peso é um processo complexo e para ser sustentável devem ser trabalhados todos os gatilhos emocionais que a pessoa apresenta, isto é, suas dores, seus traumas, sua ansiedade, etc. Atualmente existem muitos psicólogos especialistas nessa área e que podem te auxiliar nesse processo, então não deixe de buscar ajuda especializada.

Esteja atento, abra-se para obter novas fontes de prazer, aprenda a se presentear com algo bacana e que realmente trará beleza e saúde para o seu corpo. Pode ser uma aula de música, dança, uma massagem, caminhadas, meditação, não importa a escolha, mas faça por você algo que realmente irá dar prazer sem que agrida a si mesmo.

O comer em excesso é uma expressão de auto-ódio, uma agressão contínua, pois tudo que excede limites é extremamente prejudicial ao corpo e a nossa saúde física e emocional. Quem se ama se cuida, e alimenta-se com qualidade, quer sentir-se bem, então acho que chegou o momento de olhar para si mesmo com mais verdade, enfrentar os monstros internos e parar de tentar resolver problemas emocionais com comida, pois essa meu amigo deve servir somente a um propósito, nutrir o seu corpo para ter uma saúde perfeita.

Opinião por Luciana Kotaka
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