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'Acho maravilhoso poder falar abertamente', diz Luiza Brunet sobre violência doméstica que sofreu

Atriz participou nesta quinta-feira, 8, do Fórum Fale Sem Medo, do Instituto Avon, que discute o enfrentamento das agressões contra as mulheres

Por Gabriela Marçal
Atualização:

Atriz Luiza Brunet no Fórum Fale Sem Medo Foto: Leo Franco/ Instituto Avon/ Divulgação

Luiza Brunet participou na tarde desta quinta-feira, 8, do Fórum Fale Sem Medo, do Instituto Avon, no Centro Cultural São Paulo. O evento sobre enfrentamento das agressões contra as mulheres também contou com a presença de Paolla Oliveira - que após ter fotos vazadas, falou sobre ódio nas redes sociais - e da promotora do Ministério Público de São Paulo, Gabriela Mansur.

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Na ocasião, foi divulgada a pesquisa 'A voz das redes' sobre violência contra as mulheres no ambiente digital. Luiza Brunet, que é embaixadora do Instituto Avon, falou sobre esse tema e agressões que sofreu do ex-namorado Lírio Parisotto:

Gabriela Marçal - Uma informação que essa pesquisa traz é que nos último 3 anos as menções sobre violência contra a mulher cresceu 324%. Esse período coincide um pouco com a exposição do seu caso. Você acredita que a sua postura diante das agressões influenciaram a opinião pública?

Luiza Brunet - Tenho certeza. Você desmistifica a violência contra a mulher de qualquer natureza a partir do momento que uma pessoa conhecida e discreta coloca isso para fora. E tem a coragem de fazer uma denúncia e levar toda essa história adiante de cabeça erguida. Dizer que é possível sair de um ciclo de violência estimula as mulheres, elas se encorajam. Realmente, faz parte dessa mudança do empoderamento feminino, das mulheres se engajarem. Isso é maravilhoso e é nosso dever como cidadãs nos posicionar sempre.

A pesquisa identificou 14 milhões de menções a violência contra a mulher. No entanto, apenas 3 milhões se aprofundaram na discussão sobre assédio e violência. Antes de se expor você tinha medo de que fenômeno do ruído acontecesse com a sua história também. Você sente de que alguma maneira ou em algum momento isso ocorreu com o seu relato?

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O Brasil não está acostumado com uma denúncia dessa magnitude. Foi um caso que teve uma proporção gigantesca no Brasil. É claro que com essa visibilidade também tem uma parte que não é boa, que me desqualificou, que me colocou contra a parede. Sofri bastante, principalmente, nas redes sociais.

Mas foi bom colocar esse tema em pauta, porque cada vez mais as pessoas vão conhecendo o assunto e podem ter uma opinião mais formada sobre isso.

Os ataques virtuais ainda ocorrem? Algumas pessoas ainda tem um julgamento sem conhecimento e por prazer, talvez por solidão, elas mexem em coisas que elas jamais deveriam mexer.

Para você, como mulher, é doloroso continuar falando sobre esse tema? Eu consegui passar dessa fase da dor, da vergonha. Hoje em dia no enfrentamento da violência doméstica e do câncer de mama, como embaixadora do Instituto Avon, eu me sinto muito à vontade de falar. Uma coisa é quando você ouve uma história, outra é quando você vive essa história. Eu sou uma pessoa muito aberta, que não tem vergonha. Hoje, eu não me preocupo mais com as críticas, eu me sinto muito forte. Acho maravilhoso poder falar abertamente sobre isso.

E de alguma maneira se expor dificultou seu processo de superação? Quando acontece um fato dessa natureza na vida de uma mulher o impacto é muito ruim. Você tem que tomar muito cuidado para não cair na depressão profunda, para você não ter pensamentos suicidas, não perder o seu chão. Você tem que ter uma força extraordinária dentro de você. É importante que as pessoas que estejam próximas de você te apoiem de alguma maneira, com carinho e afeto. É um momento dos seus parceiros exercerem a cidadania, porque é fundamentalmente isso que faz com que a gente se recupere. Quando você supera esse passo, você realmente fica grandiosa.

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Assim como você muitas outras mulheres sofrem violência no ambiente digital. Você tem alguma dica para lidar com isso?

A vontade que você tem é de responder. A melhor coisa é printar comentários sobre o seu caráter e vai guardando. Um dia você vai na delegacia faz um Boletim de Ocorrência (B.O) e move um processo.

Porque a pessoa que tem coragem de clicar e falar mal de você vai ter que ter coragem de responder um processo. Eu fiz isso.

O estudo também revela que apenas 3% das interações e menções vem da voz das vítimas. Parte disso, se refere a mulheres que pedem conselhos. Elas pedem ajuda para você?

Eu fiquei impressionada com a solidariedade das mulheres e elas me pedindo conselhos constantemente. Elas relatam: 'ele me bate constantemente; eu sofro violência física, patrimonial,psicológica e sexual. E elas têm dúvidas sobre o bê-á-bá: 'o que eu faço?'.

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O meu Instagram virou uma forma de me comunicar com as mulheres e aconselhar - o que é muito perigoso, porque você tem que ter a mensagem certa para cada pessoa. Eu gosto de responder, então a minha caixa de mensagens virou um consultório. Acho incrível, cria uma rede de solidariedade e é muito maravilhoso fazer isso por elas.

Assista à entrevista:

https://www.facebook.com/emaisestadao/videos/575734696121602/

 

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