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Crônicas filosóficas

Estudantes de ensino médio de São Paulo nas ruas

Louvável essa luta dos estudantes de ensino médio em São Paulo pelo direito de terem escolas. Pelo direito de não terem as suas escolas fechadas e os seus prédios vendidos para a especulação imobiliária.

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Por Jair Barboza
Atualização:

Hegel dizia que a Ave de Minerva (coruja) só levanta voo ao cair da noite. Deixando de lado se ele tinha ou não razão quanto ao hábito das corujas, pois sempre vejo algumas aqui perto de casa voarem durante o dia, o que importa na frase é o seu sentido. A coruja como símbolo da filosofia. Assim sendo, o filósofo é aquele que espera um tempo após os acontecimentos se darem, para meditar, e finalmente ele mesmo exprimir a sua opinião sobre eles.

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Pois bem, caros estudantes de São Paulo, admirável a sua valentia. E como ave de minerva que sou, no meu sobrevoo, gostaria de endereçar algumas linhas a vocês.

Meus caros, com a mesma admirável bravura expressa nas ruas, que fez até mesmo o governador de São Paulo recuar num dos pontos de sua política educacional, sejam bravos nas escolas reconquistadas, ou seja: defendam com unhas e dentes os estudos, defendam os livros, lutem a favor dos professores quando estes forem agredidos verbal e fisicamente por estudantes, prefiram o silêncio em sala de aula, para bem aprender a lição, a ficarem fissurados em telas de smartphones (deixem estes para os intervalos), sejam campeões em olimpíadas de conhecimento, ajudando assim a retirar o Brasil da triste posição de um dos piores países em rankings educacionais, e assim por diante.

Se entendi bem o movimento de vocês, reconquistar os prédios das escolas é para neles estudar, correto? Assim, que a reconquista de tais espaços venha junto com a conquista de uma pujante mentalidade estudantil, ou seja, luta pelo ensino de qualidade, com consequente alegria na aprendizagem e no conhecimento.

Só assim a luta de vocês terá valido a pena no seu forte simbolismo. Do contrário, vocês perderam a luta.

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