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Crônicas filosóficas

Aqui se faz, aqui se paga

O empresário Joesley Batista foi arremessado, no período do governo lulopetista, à condição, que ele ventilava para todos os pontos cardeais, de maior produtor mundial de proteína, um eufemismo para açougueiro.

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Por Jair Barboza
Atualização:

Esse dono de conhecido abatedouro, em muito noticiado acordo de delação premida, foi, como se sabe, absolvido dos seus crimes financeiros e de corrupção. Teve a bênção jurídica da orgulhosa Procuradoria Geral da República, na figura do seu então mais orgulhoso ainda procurador de plantão.

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O acordo permitia ao criminoso, apesar de chefe de quadrilha, viajar "livre, leve e solto" (nas palavras de um dos seus acusados, por sinal Presidente da República) com sua esposa jornalista para Nova York em jatinho particular. Todavia, o agora encarcerado não só se mostrou seletivo em sua denúncia como continuou a delinquir (no mercado financeiro). O acordo foi revogado.

Joesley Batista vive nesse momento na condição de gado. O gado que ele prendia e matava aos milhares todos os dias. Gado que era mero número, número nas orelhas. Joesley está trancafiado, em espaço limitado, aguardando a sua sentença final. É um mero número de processo jurídico.

O destino se diverte com suas ironias. Joesley Batista deverá amargar a condição de gado. A sua expectativa de vida provavelmente assemelha-se à do seu gado que vê o caminhão chegar para o transportar para o abatedouro. O fim de Joesley, ao que tudo indica, é mudar da cela de um jatinho luxuoso para a cela comum de presidiário, já que ele não tem curso superior, e no país dos bacharéis, só estes têm direito a cela especial.

 

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