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Porque somos todos iguais na diferença

Quando os colegas de trabalho se tornam uma segunda família

Por Claudia Pereira
Atualização:

Muitas vezes, passamos mais tempo com eles do que com nossos próprios parentes, compartilhando questões não apenas profissionais, mas também pessoais

Quantas vezes você já ouviu ou até mesmo disse a frase: "passo mais tempo com meus colegas de trabalho do que com minha família". E, muitas vezes, alguns parceiros da rotina laboriosa acabam se tornando muito mais que amigos, se tornam pessoas com quem nos preocupamos e compartilhamos questões não apenas profissionais, mas também pessoais. Enfim, se tornam parte de nós. São o que chamamos de "familiares que não escolhemos, mas que ganhamos de presente". E isso ocorre não apenas no trabalho, mas também na escola ou em outros locais onde investimos boa parte do nosso tempo. O blog decidiu falar sobre colegas de trabalho porque esta também é uma forma de família plural. E, na semana que passou, um ocorrido me fez pensar na importância que damos às pessoas que nos acompanham diariamente em um ambiente, muitas vezes, repleto de pressão, de más intenções, mas também cheio de pessoas queridas e que te ajudam a crescer.

Do trabalho para a vida: algumas pessoas são mais que companheiros profissionais, se tornam amigos de uma longa jornada / Foto: reprodução

Quando você chega a um novo local de trabalho, sem conhecer ninguém, sempre tem aquela pessoa que te dá o primeiro sorriso, puxa o primeiro papo, te convida para o primeiro almoço, te apresenta para toda a equipe. Isso não significa que este elemento será o seu melhor amigo para sempre, mas é uma empatia que não se explica, um gostar gratuito que não se sabe de onde vem. Honestamente, quantas vezes você já parou para pensar que considera um amigo de escola ou do trabalho muito mais sua família do que um parente de sangue? Já tive chefes, por exemplo, que a conexão era tão grande que me sentia como se fosse uma sobrinha querida, até mesmo quando levava algum "pito" ou era repreendida por algo. Um deles me disse em uma ocasião: "você sabe que a gente só briga com quem a gente gosta". No auge da minha juventude, demorei um pouco para entender isso, mas anos depois pensei: afinal, não é isso que os pais, os tios, os avós fazem com os seus? Não vivem repreendendo, dando bronca ou criticando porque querem o bem, desejam que aquela pessoa cresça, evolua, vença? E quando um colega de trabalho passa por dificuldades ou sofre tão intensamente a ponto de ser impossível não nos compadecermos? Não faríamos o mesmo por um irmão ou um primo muito querido? Ou quando passa mal fisicamente e ficamos desesperados, nos sentindo impotentes sem poder fazer nada de efetivo. Assim como se fosse em nossa casa, com um parente.

Muitas vezes, a conexão com um colega de trabalho é maior do que com pessoas da família / Foto: reprodução

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Ou quando nos chateamos e, como dizem meus filhos, "viramos no jiraya" com nossos colegas, ficamos de mau humor e, mesmo assim, eles nos suportam, nos apoiam, relevam nossas palavras duras, rudes. Isso não te parece familiar? Ou melhor, não te remete a comportamentos em família? Tenho alguns poucos e grandes amigos que desenvolvi ao longo da minha trajetória como estudante e como profissional. A esses eu chamo de irmãos, porque, no fundo, é como os sinto, vejo, quero. Por que não dizer a essas pessoas o quanto elas são importantes e agradecê-las por te ajudarem a ser alguém melhor. Deixo aqui o meu agradecimento a alguns amigos-irmãos que passaram pela minha vida e, principalmente, àqueles que ainda hoje fazem parte dela. Que possamos, na nossa rotina, ser mais doces com esses familiares que a vida nos deu. Se passamos a maior parte do nosso tempo com eles, que nunca nos falte discernimento para lembrar que a harmonia, o bem-estar e o crescimento positivo das relações não depende apenas de um único lado.

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