A timidez do estilista Douglas Harris não foi um entrave para que ele corresse atrás de seus objetivos. Em contato com a moda desde pequeno, por meio da loja de sua mãe, no litoral paulista, decidiu alçar voo solo e abriu uma fábrica aos 17 anos. Inicialmente, produzia roupas para vender em atacado para as marcas. "Eu criava produtos que não encontrava nas lojas", disse em aula magna para alunos do curso de Moda da FAAP, instituição onde se formou.
Ainda na faculdade, em 2009, levou o primeiro lugar no FAAP Moda com a coleção "Espaços Vulneráveis", inspirada no trabalho dos Irmãos Campana. "Como eu já trabalhava na área, o meu principal desafio foi criar algo com a minha identidade e o concurso contribuiu para eu entender minha capacidade. Foi uma experiência diferente e incrível", ressaltou.
Por pressão do mercado que cobrava que ele empreendesse com seu nome, em 2010, nasceu a marca Douglas Harris, atualmente com showrooms em São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais.
Para ele, o sucesso nos negócios está em encontrar um nicho de mercado, ter um bom conceito, um posicionamento claro e um público-alvo bem definido. "Você só consegue ser uma marca conceituada quando as pessoas consomem o que você tem para oferecer. A marca precisa dialogar com o seu cliente, para que ele crie uma identificação", aconselhou.
Suas roupas são voltadas especialmente para mulheres a partir dos 35 anos, que gostam de roupas mais soltas, que as deixem mais jovens. "É um público fiel quando acha que a marca atende as suas necessidades", completa.
Além do showroom voltado ao público feminino, Douglas também administra a marca masculina do irmão, a Oliv Brand, que só vende no e-commerce e também possui um público bem definido, focado no street wear. "É uma marca que se relaciona muito bem com seus consumidores, incluindo alguns influenciadores, por exemplo, que pedem para usar as roupas", explica.
Ter um propósito nos dias de hoje também é essencial, de acordo com Douglas. "Cada vez mais as pessoas buscam uma identificação nas marcas. Não podemos fazer só fast fashion, que está cada vez mais em queda, inclusive. Os jovens estão crescendo de uma forma consciente, cobrando atitudes conscientes", finalizou.