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Impressões sobre a vida e seus arredores

Topando em topônimos

Um passeio pela acidentada geografia paulistana

Por Raul Drewnick
Atualização:

Pixabay Foto: Estadão

Na esquina da Ipiranga com a São João, há sempre um rapaz que, olhe lá, parece o Caetano Veloso. E aquela cintilação de fogo que se aproxima, aquela mecha de sol que avança pela calçada e vem? Será Rita Lee?

Jogou-se na Água Rasa. Salvou-se. Atirou-se na Água Funda. Salvou-se. Quando pulou do viaduto, nem Santa Ifigênia conseguiu salvá-lo. Danou-se.

O poeta saudosista procura ainda um aroma de setembro na XV de Novembro.

Por motivos históricos, a Carneiro da Cunha guarda uma distância assustada da Haddock Lobo.

Não podia fazer de outro modo: comprou seu Jaguar na Conselheiro Carrão.

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Teoricamente, quem chega à Pedro Segundo deveria passar sempre pela Pedro Primeiro.

Na greve dos transportes, que odisseia é ir da Sé ao Tatuapé.

Na Ascendino Reis, qualquer mediocridade assume certo ar de majestade.

Não há maior iniquidade que prender alguém na Praça da Liberdade.

Passarinho inconveniente, não tens uma musiquinha mais castrense para assobiar na Brigadeiro Tobias?

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Barbeiro empreendedorista e arrojado, tem um salão na Nestor Pestana e outro na Heitor Penteado.

Até a brisa se presume ventania e agita as árvores na Rua dos Protestantes.

O dinheiro para montar a peça ele foi captar com um mecenas na José do Patrocínio.

Um homem nervoso discute com outro, furioso, na Rua do Carmo.

Na Rua dos Patriotas, os passarinhos sabem quando é feriado e assobiam o Hino Nacional.

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Na Casa Verde, uma floração de limões amarelinhos.

Não há uma agência do correio na Rua do Expedicionário.

Não me venha com essa de Balzac nem com Eça de Queirós. Bom, pra mim, é Machado de Assis.

 

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