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Impressões sobre a vida e seus arredores

Sobre o orgulho

O que aprendi sobre ele

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Por Raul Drewnick
Atualização:

pixabay Foto: Estadão

+ Tudo bem, você se gaba de jamais ter se ajoelhado diante do amor. Eu me orgulho da dor que sinto ainda hoje em meus joelhos toda vez que os apalpo.

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+ Sou filho de poloneses pobres, mas não me custaria muito reconhecer que sempre escrevi mais por orgulho que por necessidade.

+ Não sei se a tristeza é motivo de orgulho. Às vezes penso que sim, quando ouço certas gargalhadas através das quais se escancaram gargantas quase obscenas.

+ Deve-se, para manter certo orgulho, estar fazendo sempre alguma coisa, ainda que essa coisa seja simplesmente se omitir.

+ Se eu fosse um objeto, me calharia bem ser um cinzeiro. Querer ser uma caçamba já seria uma manifestação de orgulho.

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+ Não quer mais nada, nunca, de ninguém. É o que o seu orgulho quer que ele diga. Na verdade, aceitaria qualquer farelinho, qualquer migalha. É um passarinho que, com frio e com fome, teima em mostrar-se orgulhoso como um falcão.

+ Também posso escrever coisas alegres. Só não me peçam para senti-las. Minha alegria é falsa e eu me orgulho disso.

+ Minha energia, toda essa pouquíssima que tenho, está concentrada em escrever. É um exagero dizer que vivo para isso, mas eu digo, com plena honestidade. Não significa que eu me considere um artista. Significa que mantenho essa aspiração, quase tão antiga quanto eu mesmo, e me orgulho dela, apesar de todos os risos que com esta paixão possa provocar.

+ O sentimento de minha pequenez tornou-se tão intenso que, se há algo que eu possa chamar grandioso na minha vida, é ele. Ele se expande, ele cresce, ele pede que eu o exiba com orgulho.

+ Ter lidado com a poesia é um orgulho que tenho. Mesmo no caso de um homem medíocre, a época final da vida sugere um balanço. Perdoem-me se me enalteço por um mérito certamente superestimado.

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