Falaremos no boletim Ideias no Ar da Rádio Estadão sobre boas e más notícias.
A complexidade das nossas relações humanas, sejam pessoais, profissionais e até familiares, faz com que na maioria das vezes os fatos não tenham só um lado - quase sempre há um lado positivo e um negativo na história.
Quando temos que transmitir essa situação para alguém, o que é melhor falar primeiro, a boa ou a má notícia? Depende do lado em que estamos. Quem está falando normalmente se sente melhor ressaltando antes a parte boa da história, adiando entrar no problema. Só que isso é aflitivo para quem ouve, pois a ansiedade aumenta à medida em sabemos que tem um lado ruim na história; quando estamos recebendo a notícia, queremos ouvir logo pior parte.
Mas depende também do que se espera daquela informação. Se o objetivo é promover mudanças de comportamento é mais eficaz deixar a má notícia para o final - um médico que deseja que o paciente coma melhor ou faça exercícios, por exemplo, pode dizer que aquela doença tem tratamento, mas se ele não cumprir a prescrição a tendência é piorar. Ou o chefe que precisa que um funcionário se esforce mais, pode iniciar ressaltando o seu potencial, mas lembrando que os resultados ainda estão ruins. Nesses casos falar o lado bom no final pode reduzir a percepção da dimensão real do problema, reduzindo a eficácia na mudança necessária.
É bom saber dessa notícia antes de ter que dar a próxima.