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Self-service de humor

Opinião|Comunicado de final de ano

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Atualização:

O melhor é sair da vida como de uma festa, nem sedento nem bêbado.

(Aristóteles)

( Foto: Pixabay)

Pessoal, boa tarde!

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Esperamos que todos tenham chegado bem em suas mesas de trabalho. Aproveitaram muito a nossa festa de fim de ano? Esperamos que sim. Que o período da manhã para o descanso pós-celebração tenha sido reconfortante , já que a tarde será de atividades normais.

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Sobre ontem à noite gostaríamos de pontuar alguns fatos importantes. É claro que sabemos que as confraternizações corporativas são fundamentais para nos congregarmos. É, de fato, um momento singular no ano e o esperado é um extravasamento geral.

Quando tivemos a ideia de montar um open-bar com drinques, trazer quatro barmen que preparariam rabo-de-galo, bombeirinho, traçado e maria mole foi com a intenção de nos soltarmos mais como grupo. Alertamos num comunicado que, no entanto, era necessário que cada um fizesse a sua parte e bebesse com prudência.

O que vimos, entretanto, não foi isso. Quando o Simplício, do TI, pediu a um dos barman que preparasse um drinque com todas as bebidas da prateleira e a ingeriu - ainda flambando - algum de seus colegas deveria ter tomado a frente e dito que aquilo poderia deflagrar uma onda de embriaguez no recinto de enormes proporções. E foi o que ocorreu.

Motivados pela ideia de Simplício, todo o departamento de Vendas repetiu o mesmo pedido no balcão. O Marketing, liderado pelo Noronha e a Isa Baixinha, foi o segundo departamento inteiro que passou a tomar shots de mais shots da beberagem.  Em pouco mais de meia hora, o salão da casa de eventos virou algo indescritível. O Fontoura, de Compras, conseguiu subir num enorme lustre de cristal e, usando as pernas, agarrou a secretária do doutor Martino.

Ficaram até a chegada dos Bombeiros simulando um número de trapézio. Em vez dos colegas procurarem retirá-los da lamentável situação, pegaram as armas de paintball, usadas nas atividades de lazer vespertinas, e começaram a usar a Cleonice e o Fontoura como alvos móveis. Os dois levaram tantos balaços que só poderão voltar à empresa em janeiro, quando não houver mais tinta na pele de ambos.

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Depois dessa situação deplorável ainda tivemos o sumiço do coach. Está certo, o RH teve reclamações de que a palestra dele foi chatíssima e muito arrastada - há quem diga que chegou a três horas e sem nenhum material de apoio, como PPT ou slides. Contudo, alguns de vocês terem sequestrado um palestrante é algo que, ao serem descobertos os autores, teremos de aplicar demissões sumárias e sem justa causa. Pedimos que nos tragam informações urgentemente sobre o paradeiro desse cidadão. A última vez que foi visto na festa, ele estava dançando, nu, com a dona Ieda, do Financeiro.

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Nossa intenção, como sempre fizemos, desde a inauguração da firma, era doar o bufê que restou a uma entidade filantrópica. Esse ano será o primeiro em que quebraremos a tradição porque nossos colaboradores empastelaram-se com o jantar. Mais: cobriram nosso fundador, o doutor Almendra, com tanta polenta que ele, um homem idoso, só foi encontrado às 11 da manhã de hoje. Estava em estado de choque dentro de um jarro árabe num dos cantos do salão.

Feliz Natal a todos e podem retirar seus panetones com a Áurea, do RH. Ela teve uma hipoglicemia, caiu, quebrou o nariz, mas virá trabalhar a partir das 16 horas.

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Opinião por Carlos Castelo

Carlos Castelo. Cronista, compositor e frasista. É ainda sócio fundador do grupo de humor Língua de Trapo.

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