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Self-service de humor

Opinião|2.990 tons de mistério

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Atualização:

Um bate-papo sobre literatura policial na livraria.

 

Foto: Patrick Hendry, Unsplash Foto: Estadão

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"Douglas Hayashi, um tira com sotaque interiorano e preferências sexuais esdrúxulas, perpassa seus casos do DHPP entre bordéis e jogos de damas com seu amigo Ruy Levino, um ex publicitário dono de um café metido a chique no Itaim. No entanto, quando o cerco aperta para o lado de Hayashi, e ele precisa provar eficiência para livrar sua cara no departamento, é ao velho amigo Ruy que ele recorre para resolver uma série de homicídios violentos.

O leitor será conduzido à cena do primeiro crime pelo olhar e considerações de Preto, um poodle branco gigante adotado por Hayashi: o DJ e ativista negro Zullu é brutalmente assassinado. Depois, será a vez de Maria do Amparo, vocalista da banda nordestina Mel de Tiúba. A partir do crime seguinte - todos com métodos de tortura e a inscrição de frases enigmáticas com o sangue das vítimas -, em busca dos envolvidos, Ruy Levino vai tentar montar seu quebra-cabeças, os "Crimes Pop", "como se tivesse terminado uma partida de damas e fosse pegando as peças e colocando-as, uma a uma, em suas casas".

Em ritmo ágil, numa escrita pontuada por frases curtas e diálogos bem humorados - bom de se ver é um cenário repleto de marcas da paulistânia contemporânea: ruas como Teodoro Sampaio, Oscar Freire, Tabapuã, o Elevado Costa e Silva, uma perseguição policial pelo bairro de Pinheiros. O melhor de tudo, além da galeria de tipos marcantes é ver a São Paulo esgrafiada - num janeiro eternamente chuvoso - que arrasta o leitor no turbilhão do horror e da ação, e ao mesmo tempo tem seus falsos interstícios de calmaria, em que o policial caipira tem a seus pés seu dócil poodle, ou se estende na cama com adoráveis prostitutas."

Este é a "orelha" do meu livro "Damas turcas" que a Global Editora publicou na coleção "Estante Policiais Paulistanos". Agora, depois de cinco anos do lançamento, o livro volta à baila.

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O escritor e publicitário Adilson Xavier me convidou para um bate-papo, dia 10 de abril, às 18h30, na Livraria da Vila. Lá, ele autografará sua mais nova obra, "2990 graus - a arte de queimar no inferno". As duas narrativas têm diversos elementos em comum: ambas foram escritas por redatores publicitários, são romances policiais urbanos e retratam a violência que grassa pela sociedade brasileira.

Em "2990 graus", políticos corruptos são assassinados em série, de forma violenta, dolorosa e sem piedade. Um jovem delegado tenta cumprir seu papel enquanto crimes cometidos a pretexto de punir a corrupção provocam grande polêmica e conquistam o apoio popular. Não faltam reviravoltas, críticas e conflitos.

Apareçam na Livraria da Vila da Fradique Coutinho e juntem-se ao nosso papo sobre literatura, música, política e publicidade. A coisa promete esquentar.

Opinião por Carlos Castelo

Carlos Castelo. Cronista, compositor e frasista. É ainda sócio fundador do grupo de humor Língua de Trapo.

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