No dia 12 de março é comemorado o dia mundial do rim, data idealizada pela Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN) para conscientizar e orientar pacientes sobre a doença renal crônica. Já no dia 14 de março, é comemorado o dia Nacional dos Animais, data para conscientização sobre maus tratos. Por que não unir as duas datas e falar sobre saúde renal em cães e gatos?
As doenças renais que acometem cães e gatos de maneira silenciosa e progressiva. Apesar dos avanços da medicina veterinária, ainda não existe cura para algumas destas doenças e os tratamentos duram por toda a vida do animal. No entanto, quanto antes feito o diagnóstico e o acompanhamento, maior é a chance do pet ter qualidade de vida.
"O rim é um órgão fundamental para o funcionamento adequado do organismo. Ele é responsável pela filtração do sangue e atua eliminando as toxinas (amônia, uréia e ácido úrico) através da produção de urina, secreta hormônios importantes para a saúde em geral e mantém o equilíbrio de água e eletrólitos como sódio e potássio", explica Priscila Brabec, médica veterinária e gerente de Produtos de Nutrição da Avert Saúde Animal.
Sintomas
O grande problema da doença renal é que muitas vezes os sintomas só aparecem quando a doença já está avançada. Por isso, aos primeiros sinais, leve o pet ao médico veterinário para fazer exames.
Fique atento aos sintomas:
- perda de apetite
- aumento da ingestão hídrica
- diminuição do apetite
- emagrecimento
- desânimo
- aumento da micção
- vômito
O animal não precisa ter todos esses sintomas para estar com problemas renais. A ação rápida do do tutor é fundamental.
Diagnóstico
Por ser uma doença mais comum em animais idosos, fazer exames a cada seis meses é uma ótima forma de garantir que o peludo está saudável. "A visita frequente ao Médico-Veterinário e os check-ups periódicos, principalmente em animais maduros e idosos, é a melhor forma de instituir o diagnóstico precoce e controlar a doença, que no início não mostra sinais claros. Quanto mais cedo for diagnosticada, melhor será o resultado da terapia instituída", alerta a Médica-Veterinária da Royal Canin, Priscila Rizelo.
O diagnóstico da DRC é mais frequentemente realizado quando já há perda de pelo menos 45% da função renal e os sintomas ficam evidentes apenas quando essa perda atinge 75%.
Os principais exames são:
- Exame de sangue para avaliar uréia e creatinina
- Exame de urina
- Ultrassom
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Tratamento
A doença renal é mais comum em gatos, devido ao hábito de baixa ingestão hídrica e preferência por água corrente. Mas os cães também devem passar por check-up para garantir que tudo está bem. A recomendação para afastar as doenças renais é oferecer uma alimentação adequada e muita hidratação.
"A ingestão de água é determinante para manter a saúde dos rins. No caso dos gatos, que não costumam ingerir muito líquido, a inclusão de alimentos úmidos, como sachês e pastas, é bem-vinda e auxilia na hidratação. Alimentos caseiros, sem equilíbrio ideal de alguns componentes como sódio, proteína e fósforo, podem trazer malefícios ao funcionamento dos rins", finaliza Joana Portin, veterinária e líder da área médica da Nofaro.
A grande questão da doença renal é que ela não tem cura. Por isso mesmo é chamada de Doença Renal Crônica (DRC). "A DRC é uma condição marcada por diferentes causas e ela pode acometer cães e gatos de todas as idades, mas principalmente animais acima de 10 anos. Esses têm 81% de chances de apresentar algum sintoma", explica Priscila.
A nutrição assume um papel importante na manutenção da saúde e deve fazer parte como coadjuvante no tratamento da DRC. É sabido que a nutrição adequada impacta a qualidade de vida, podendo retardar a progressão da doença renal crônica e tem um papel fundamental no aumento da sobrevida dos pets acometidos.
Caso Félix
Meu gato Félix, de 13 anos, começou a apresentar os sintomas de DRC. Já me deu aquele desespero de pensar que ele poderia estar com uma doença sem cura e de tratamento delicado. A DRC diminui muito a qualidade de vida do animal, além de diminuir a expectativa de vida.
Veja aqui toda a saga que passei com o Félix.
Pode parecer exagero meu, mas quando ele fez os exames e a DRC foi descartada, me deu um alívio gigantesco. Sei o quanto sofrido para animais e tutores pode ser conviver com essa doença. No final, descobrimos um câncer chamado linfoma alimentar. Félix está fazendo quimioterapia e está ótimo. Ainda bem que não era DRC!
Não deixe para amanhã, procure já o médico-veterinário e faça check-up no seu pet!