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Dicas e curiosidades sobre animais

Pode dar osso para cachorro?

Na época que os cães viviam no quintal, a alimentação era resto de comida e ossos. Com os pequenos dentro de casa, eles comem ração e o osso se tornou vilão. Mas será que pode ou não oferecer ossos aos cães?

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Por Luiza Cervenka
Atualização:

Ossos naturais eram vilões - Christine Lynch/Creative Commons Foto: Estadão

Diversos são os mitos que envolvem oferecer osso para cachorro. Há duas vertentes: os que indicam e os que abominam. Mas há um meio termo. Alguns ossos estão liberados, sim. Tudo depende do tipo do osso, da forma de apresentação e do porte do animal.

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Quando falamos em ossos, diversos modelos e ingredientes vem à cabeça. Como eles viraram vilões, algumas marcas lançaram diversos petiscos, mordedores e brinquedos em formato de osso, para agradar humanos e cães.

Roer um belo osso é um comportamento natural dos canídeos. Quando eles abatem alguma presa, se alimentam da carne, vísceras e até o osso. Isso não quer dizer que eles quebram o osso e o engolem inteiro. Mas que roem toda carne e quebram o osso para se alimentar do tutano.

Ao fazerem isso, higienizam uma parte dos dentes e gastam seu tempo em uma atividade extremamente prazerosa. Em casa, quando não oferecemos coisas para o cachorro roer, ele dá um jeito. Rói o que encontrar, como chinelo, pé de mesa e a própria pata.

Por isso, o indicado é oferecer diariamente mordedores (não necessariamente osso) para que o cão possa liberar seu comportamento natural.

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Ossos naturais

Nem só de osso de galinha vive o cachorro. Muito pelo contrário! A má fama dos ossos veio exatamente daqueles finos pedaços de osso de coxa ou asa de galinha, que, ao final da refeição, muitos humanos ofereciam aos seus cães. Diversos animais se engasgaram ou foram parar em pronto-socorro veterinário.

Todos e qualquer osso natural deve ser oferecido cru ao cachorro, nunca cozido. Mas outro detalhe deve ser levado muito a sério: o tamanho do osso e da cabeça do animal. O osso oferecido deve ser maior que o tamanho da cabeça do cachorro.

Não é indicado oferecer pescoço de galinha para um Golden Retriever. Ele pode tentar engolir tudo de uma vez e se engasgar. Da mesma forma, não é indicado oferecer um fêmur de boi para um chihuahua. Mas o fêmur cru e congelado por 72h pode ser oferecido ao Golden Retriever. Será uma ótima atividade recreativa e ele deixará de roubar alguns chinelos.

Osso de nó é absolutamente proibido! - Alan Levine/Creative Commons Foto: Estadão

Ossos de couro bovino

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Sabe aquele famoso osso de nozinho? Desde 1990 esse brinquedo está presente nos lares caninos e pet shops. Ele é responsável por diversas emergências veterinárias.

Por ser de couro bovino e não osso, o brinquedo vira uma meleca em contato com a saliva do animal. Sem conseguir arrancar pedaços, o cachorro pode tentar engolir de uma única vez, ficando, muitas vezes, engasgado.

Mesmo que isso não aconteça, ao consumir com frequência esse couro, o animal pode ter intoxicação. Já que, para ficar branco, o osso passa por uma lavagem com soda cáustica e, em alguns casos, cal.

Por todos esses motivos, tanto os palitinhos brancos, quanto os ossos de nozinho são absolutamente proibidos para todo e qualquer cachorro.

Petiscos em formato de osso pode conter muita caloria - katy1279/Creative Commons Foto: Estadão

Ossos de petisco

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Com a tradição de oferecer ossos para os cães, diversas marcas desenvolveram petiscos em formato de ossinho. Além de muito fofos, estimulam os tutores a oferecerem vários por dia ao seu cachorro.

Não há proibição de oferecer. Mas deve ser dado com parcimônia, já que é um agrado. Ao oferecer muito, o cão passa a ingerir muitas calorias e tem propensão ao sobre peso ou obesidade.

Dê preferência por petiscos maiores e que levam mais tempo para serem roídos. Além de um agrado, também serão mordedores, que facilitam a expressão do comportamento natural de roer.

Ossos de nylon podem ser oferecidos, mas com restrições - Sandor Weisz/Creative Commons Foto: Estadão

Ossos mordedores

Outro osso que divide opiniões é o de nylon. Alguns dizem que pode quebrar o dente. Já outros são super a favor e oferecem diariamente a seus cães.

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De fato, a depender do tipo de nylon e do potencial bucal do animal, pode haver quebra ou lasca de dente. Por isso é tão importante cobrar o osso certo para o porte do animal.

O indicado é começar com o nylon soft ou silicone e ver qual será a reação do cachorro. Se por acaso não houver interesse, indico os ossos com cheiro de carne, frango, bacon, etc. Outra opção para aumentar o interesse é passar sachê para cachorro ou pasta de amendoim sem açúcar. Ele vai começar lambendo e depois tenderá a morder.

A medida que ele gostar do soft, pode evoluir para o mais duro. O ideal é não dar o mesmo osso, nem o mesmo material todos os dias. Revezar com outros tipos de mordedor é a receita para uma saúde dental maior, com menor risco de fratura.

Nada de comprar um osso de nylon e deixar direto com o cachorro, para que ele decida quando vai querer roer. Deve ser feito um rodízio e o osso ficar no máximo 10 horas por semana com o cão.

Ossos dentais não substituem a escovação dental - Bruce Fingerhood/Creative Commons Foto: Estadão

Ossos dentais

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Com a maior longevidade, diversos animais começaram a apresentar problemas odontológicos. O grande motivo é a falta de escovação dental. O acúmulo de resíduos pode facilitar o aparecimento de doenças periodontais, como o tártaro.

Para evitar isso e facilitar a vida dos tutores, diversas marcas desenvolveram os ossos dentais. Em formatos de "Z", "X" ou com ranhuras, esse tipo de mordedor facilita a remoção mecânica da placa bacteriana. Mas isso mão quer dizer que substitui a escovação!

Além de ajudar na saúde oral, também diverte e funciona como mordedor. O ideal é testar diversas marcas e intercalar com os mordedores de nylon e os ossos naturais, para que o cachorro sempre tenha novidade.

O ideal é oferecer um mordedor por dia, para que o cachorro possa focar aquele comportamento natural de roer. Só assim ele vai deixar de arrumar uns mordedores por aí, como seu chinelo.

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