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Dicas e curiosidades sobre animais

Na Páscoa, há muitos alertas e diversão para humanos e peludos

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Foto do author Luiza  Cervenka
Por Luiza Cervenka
Atualização:

DaPuglet/Creative Commons Foto: Estadão

A Páscoa é tradicionalmente um momento de união e partilha para as famílias. Porém, para os tutores de animais domésticos também é um período que requer atenção extra. Tudo porque cães e gatos podem enfrentar casos graves de intoxicação caso façam a ingestão de determinados alimentos, em especial o chocolate.

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Segundo a médica-veterinária Maria Cristina Timponi, presidente da Comissão de Entidades Veterinárias Regionais do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), os animais não possuem uma boa capacidade de digestão de certos elementos presentes no chocolate. "O cacau contém substâncias com alto poder estimulador como a teobromina e a cafeína. A mais tóxica é a teobromina que pode permanecer até 17 horas no organismo do animal, causando desde vômito e diarreia até febre, convulsão, coma e óbito", alerta.

"É fundamental resistir aos olhares de súplica e apelos dos pets, além de orientar as crianças para que não ofereçam a guloseima", alerta a médica veterinária da PremieRpet, Keila Regina de Godoy.

De acordo com a presidente da comissão, quanto mais alto o nível de cacau no chocolate, mais tóxico ele é para os animais. O risco de intoxicação aumenta em pets idosos, filhotes e de raças de pequeno porte. "Para um animal de dois quilos, uma barra de 100 gramas de chocolate pode ser letal quando ingerida", completa.

Por isso, neste período, é fundamental que tutores fiquem atentos para não deixar bombons, ovos de Páscoa e outros produtos que contenham chocolate em locais acessíveis a cães e gatos. "Eles podem se sentir atraídos, seja pelo odor ou pela própria embalagem, a pegar o doce às escondidas" ressalta Yves Miceli de Carvalho, presidente da Comissão de Nutrição Animal do CRMV-SP.

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No caso de ingestão do chocolate, os sintomas não são imediatos e podem iniciar após um intervalo de seis a 12 horas. "As reações podem perdurar por até dois ou três dias culminando até em hemorragia intestinal grave", complementa a médica-veterinária Maria Cristina.

Em caso de ingestão acidental, a recomendação é que o tutor deve levar o animal ao Médico-Veterinário o quanto antes e nunca administrar medicamentos sem orientação deste profissional.

ArtMutt/Creative Commons Foto: Estadão

Ovos para pets

A boa notícia é que o mercado já fornece chocolates especiais para pets que não levam cacau em sua composição. "O chocolate para animais não é feito de cacau. Ele tem um aromatizante e palatabilizante sabor chocolate. Normalmente podem ser consumidos pelos pets sem contraindicações", afirma a médica-veterinária.

"No lugar de chocolate, ofereça alimentos específicos.  Os snacks podem ser oferecidos como recompensa, quando os pets ficam olhando para o tutor implorando por um agrado", aconselha o médico veterinário da DogLicious, Marcello Machado.

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Snack de bacalhau para cães e gatos

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

Páscoa chegando e a PF Animal sugere um cardápio especial para os pets nesta data. Como de costume, o hábito de consumir peixes nesta comemoração pode ser aplicada a cães e gatos, em forma de petiscos.

Que tal "sticks" feitos com bacalhau? Este é um pesado com baixo teor de gordura e rico em proteínas de alto valor biológico, altos teores de vitamina A, E, B6 e B12, sódio, cálcio, fosforo, magnésio e OMEGA 3.  Existem pesquisas que correlacionam o ômega 3 com perda de peso, redução do risco cardiovascular, melhora da função cerebral, regulação do sistema imunológico em pacientes com diagnóstico de doença autoimune. A vitamina E melhora a oxigenação celular. Além de ser rico em iodo, a falta de iodo pode levar a diminuição na produção de hormônios da tireoide.

Os petiscos são feitos a partir da pele selecionada de bacalhau dessalgada, cortada em finas fatias e desidratada, rico em ômegas, 3, 6 e 9.

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Karsun Designs/Creative Commons  

Nada de coelho!

Assim como ocorre com cães e gatos, ter um coelho como animal de estimação não pode ser uma decisão de momento, atrelada a uma data comemorativa. De acordo com médicos-veterinários, antes de adquirir um pet, as famílias devem avaliar cautelosamente se possuem estrutura, orçamento e rotina que permitam criar, com bem-estar e saúde, esse animal que vive de seis a dez anos em ambiente doméstico.

Um dos erros mais comuns entre as pessoas que optam pela espécie é a criação em gaiolas, o contribui para o surgimento de problemas de saúde e comportamentais. Isso porque os coelhos são roedores e saltadores e têm necessidades que não são supridas em recintos pequenos e restritos.

Presidente da Comissão de Bem-Estar Animal do CRMV-SP, a médica-veterinária Cristiane Schilbach Pizzutto enfatiza que os coelhos sentem bastante medo, o que está atrelado ao instinto da espécie que, em vida livre, é presa de diversos outros animais. "Isso pode dificultar a adaptação, dependendo da rotina da casa", diz ela, que comenta que esse fator contribui para reações como mordeduras que podem causar ferimentos nos tutores, embora eles costumem ser dóceis quando criados desde filhotes.

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 Foto: Jean Cabral

Abandono

Por não se atentarem às necessidades específicas dos coelhos antes de adquiri-los como pets, muitas famílias acabam negligenciando nos cuidados e, pior, abandonando o animal, o que configura crime, previsto na Lei Federal nº 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais).

A situação é bastante grave, uma vez que os animais não conseguem se alimentar e acabam desidratados e desnutridos. "É comum que ao menos um coelho seja encontrado em áreas verdes das cidades após a Páscoa", lamenta o presidente da Comissão Técnica de Médicos-veterinários de Animais Selvagens do CRMV-SP, médico-veterinário Marcello Schiavo Nardi.

A ONG Canto da Terra se dedica em resgatar e doar esses animais abandonados após a Páscoa. São inúmeras histórias de aquisição impulsiva ou não adaptação com a criança da casa.

David Evans/Creative Commons Foto: Estadão

Nova era

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Foi pensando nisso que a Rede Cobasi suspendeu a venda de coelhos em todas suas lojas na época da páscoa. No lugar, há venda de coelhos de pelúcia e uma placa informando que coelho não é brinquedo.

 Foto: Cobasi

Segundo a rede, a época da Páscoa é quando ocorre o maior número de abandonos de coelho, pois muitas famílias compram para presentear sem ter a real noção que é um pet que demanda cuidados e atenção da mesma forma que um cachorro ou gato e, infelizmente, não conseguindo cuidar, acabam o abandonando. "Além de informar a paralização das vendas destes animais, estamos conscientizando que é um companheiro para toda a vida e que necessita de cuidados especiais" explica Camila Ingles, analista de marketing da Cobasi.

Além disso, irá promover pela primeira vez nas suas 79 lojas a Brincadeira de Caça aos Ossos para os tutores e seus cães se divertirem no feriado de Páscoa. A ação irá ocorrer nos dias 19,20 e 21 de abril no período de funcionamento das lojas.

As famílias que forem na Cobasi nesses três dias irão ganhar uma tabela com espaço para 6 adesivos, as pessoas terão que percorrer nos diferentes setores da loja para encontrar os funcionários que estarão distribuindo este adesivo. Cada setor terá um diferente. Quem apresentar ao caixa a cartela com os 6 adesivos preenchidos ganhará um desconto de 10% no valor total da compra.

A ação tem o objetivo de tornar a compra lúdica no feriado de Páscoa sendo divertido para as famílias. Além disso, tem a intenção de fazer com que o cliente conheça todos os setores das lojas.

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