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Dicas e curiosidades sobre animais

Dia mundial do Coração: Será que seu pet tem doença cardíaca?

As cardiopatias começam pequenas e podem se agravar e levar cães e gatos à morte se não tratadas.

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Por Luiza Cervenka
Atualização:

Como está a saúde cardíaca do seu pet? smilla4/Creative Commons Foto: Estadão

Você sabe como está a saúde do coração do seu pet? As doenças cardíacas são comuns em cães e gatos com idades mais avançadas. O problema começa discretamente, sem apresentar sintomas, e pode se agravar muito, levando estes animais à morte, quando não são tratadas a tempo. Com diagnóstico precoce e tratamento correto, é possível que o pet tenha uma vida prolongada e com qualidade. Mas não se engane, animais jovens também podem ter problemas cardíacos. Por isso a importância do tema e de realizar exames regularmente e manter um acompanhamento veterinário especializado.

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O Dia Mundial do Coração é celebrado em 29 de setembro. A cardiologia na Medicina Veterinária se baseia em prevenção e tratamento com medicamentos, com o objetivo de dar maior longevidade e garantir o bem-estar do paciente.

As doenças cardíacas mais comuns encontradas em cães são a Doença Valvar Crônica (DVC) e a Cardiomiopatia Dilatada (CMD). No cachorro, a doença valvar mitral crônica é a mais comum das cardiopatias e acomete 90% dos cachorros com mais de dez anos de idade. Como não apresenta sinais iniciais e é um risco à vida do cão, quanto antes for feito o diagnóstico, melhor. Por isso, o check-up no animal entre oito e dez anos é fundamental, alerta o médico-veterinário Otávio Verlengia, membro efetivo da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais do CRMV-SP. "Se os exames mostrarem normalidade, pode repetir dentro de um ano. Se der alguma alteração, o check-up deve ser repetido a cada seis meses", explica.

A doença valvar mitral crônica pode acometer qualquer raça, mas tem maior incidência nos cachorros mestiços e de pequeno porte das raças Poodle, Schnauzer miniatura, Chihuahua, Yorkshire e Maltês. De acordo com Verlengia, em cães de grande porte a cardiopatia hipertrófica é a mais comum - quando a parede do coração fica espessa, dificultando o bombeamento do sangue.

 

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Coração dos felinos

Esta mesma cardiopatia hipertrófica é o tipo mais comum entre os problemas de coração nos gatos. Tendo o aumento de volume do órgão e a dificuldade de bombeamento, o correto funcionamento do coração é afetado. O problema é mais comum no macho, com idade média de quatro a nove anos. Ela acomete especialmente as raças Maine Coon, Persa e Rag Doll, e aqueles resultantes do cruzamento entre elas.

As cardiopatias costumam apresentar sintomas silenciosos e, muitas vezes, o animal só é diagnosticado quando está em um estágio avançado da doença. Embora cada uma dessas enfermidades tenha particularidades, em relação aos sintomas e tratamentos, o diagnóstico precoce permite garantir mais qualidade de vida aos cães.

Por isso, é imprescindível que o tutor consiga identificar alguns sinais de alerta para buscar ajuda do médico-veterinário.

Fique atento aos sinais da doença - Stella The Frenchie/Creative Commons Foto: Estadão

Sinais de doença cardíaca

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Como saber se o cão sofre com alguma patologia cardíaca? A médica-veterinária e gerente de produtos da Unidade de Pets da Ceva, Nathalia Fleming, listou os seis sinais de alerta para cardiopatias:

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  • Cansaço: O animal apresenta sinais de cansaço em atividades rotineiras, nos passeios, por exemplo, ele para várias vezes para descansar e fica ofegante com facilidade.
  • Mucosas e língua azuladas: Esse sintoma chama-se cianose e é caracterizado pela alteração na mucosa e/ou língua do cão que apresenta tom azulado. Esse é um indicativo que o pet pode estar sofrendo com alguma alteração cardíaca ou de circulação.
  • Tosse: Esse sintoma pode estar presente e associado a diversas doenças, mas é importante que o tutor se atente a frequência. Se o animal apresentar tosse seca e crônicaé importante acender um alerta.
  • Inchaço: O animal pode apresentar acúmulo de líquidos no abdômen. O tutor poderá notar que a região fica mais inchada. Além disso, é importante se atentar ao surgimento de edema nas patas.
  • Alterações comportamentais: O animal reluta em realizar atividades que antes eram prazerosas, como passear, brincar ou correr. Alguns podem ficar mais reclusos, evitando sair da cama, ou até mesmo se esconder em algum cômodo da casa.
  • Dificuldade respiratória: As cardiopatias dificultam o bombeamento sanguíneo o transporte de oxigênio e a respiração. Além disso, fluidos podem acumular-se nos pulmões, provocando uma súbita e grave dificuldade respiratória. Dessa forma, o animal pode apresentar dificuldade para respirar ficando ofegante mesmo em momentos de repouso.

"O coração do cachorro é exigido em excesso, por isso pede um cuidado especial", afirma Karina Toledo, Coordenadora de Marketing de Terapêuticos - Pet Health da Elanco. "Nosso objetivo é contribuir para que os tutores consigam identificar os primeiros sinais das enfermidades relacionadas ao coração de seus pets, consultar seus médicos-veterinários de confiança e assim poder proporcionar uma vida melhor e cheia de vigor e energia aos seus cães", completa.

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Tratamento das doenças cardíacas

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"O tratamento clínico adequado pode retardar o desenvolvimento de alguns sintomas e aliviar aqueles que já estão presentes, melhorando a qualidade de vida dos animais e, consequentemente, dos seus tutores. Por isso, o foco deve ser sempre na detecção precoce", afirma da Dra. Karin Botteon, Consultora de Assuntos Veterinários da Boehringer Ingelheim. "Para isso, é fundamental que o tutor realize check-ups gerais de seus cães de forma regular para detectar essas e outras doenças e iniciar o tratamento adequado o quanto antes".

Karin explica que o coração bombeia o sangue, levando oxigênio e nutrientes para o organismo, conduzido por átrios e ventrículos, que são as câmaras do coração. O fluxo do sangue circulando nestas câmaras é controlado pelas válvulas atrioventriculares. A DVC acomete justamente estas válvulas do coração e é a cardiopatia mais comum em cães. A doença acomete mais frequentemente cães idosos e de pequeno porte, como o poodle, daschund, shi-tzu, maltês, entre outros. Os cães da raça cavalier king charles spaniel têm predisposição genética para DVC e podem manifestar a doença mais jovens.

Já a CMD ocorre devido à perda da função do músculo cardíaco, prejudicando a capacidade de contração do coração. A enfermidade é mais comum em cães de grande porte, como boxer, dogue-alemão, labrador e, especialmente, o dobermann, que têm predisposição genética para o desenvolvimento da doença.

Com a evolução da doença cardíaca, o bombeamento do coração é prejudicado e o cão pode desenvolver um quadro chamado de insuficiência cardíaca congestiva (ICC), que demanda intervenção médica e acompanhamento veterinário.

Há diversas medicações que podem ajudar nos quadros de doenças cardíacas. Mas, infelizmente, não há cura. Por isso, quanto mais cedo descobrir o problema, menor a chance de evoluir. A qualquer sintoma, busque o médico-veterinário para um check-up.

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