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Uma alimentação consciente no paraíso da comilança

Por um Natal mais caseiro

Por Juliana Carreiro
Atualização:

 

Falta uma semana para o dia 25 de dezembro, nas rodas de conversa você deve estar ouvindo: "Já sabe aonde vai passar o Natal?". Costumamos fazer essa pergunta porque dependendo da resposta já é possível prever se será de fato uma 'noite feliz'. Um local acolhedor, com pessoas queridas e comida afetuosa são elementos essenciais para alcançar tudo que queremos sentir nesta data.

 

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Desde criança me lembro do Natal ser comemorado na minha casa, o que me traz lembranças valiosas desta data, que permanecem vivas por meio de cheiros, músicas, pessoas e alguns pratos que se repetem até hoje. Nesta época do ano parece que o papel afetivo da comida fica ainda mais evidente. Sei que isso não acontece só comigo, todo mundo deve ter uma boa recordação ligada a esta festa, que normalmente envolve um prato feito por um familiar ou amigo próximo.

 

Há algumas décadas as festas natalinas eram realizadas sempre dentro das casas, com muita comida caseira, daquelas que levam o dia todo para ficar prontas, com preparativos que começavam alguns dias antes. Da mesma forma como eram feitas, eram degustadas, lentamente, sem pressa, sem estresse, era um belo exemplo de 'slow food'. Muitas famílias, como a minha, mantém a tradição até hoje. Mas,com o passar do tempo as gerações que se sucederam se afastaram bastante da cozinha e, com isso, muitas pessoas têm deixado de lado também a tradição de se reunir dentro de casa, prestigiando a boa e velha comida de verdade. Nas grandes cidade, como São Paulo, restaurantes, bares e casas noturnas, que no passado ficavam fechadas nesta data, passaram a abrir e sempre têm público. Não tenho nada contra os estabelecimentos comerciais, mas acredito que o Natal seja uma ótima oportunidade para fazermos as pazes com a cozinha e com as panelas.

 

Preparar a casa para receber aqueles que nos são importantes é uma sensação muito prazerosa e esta preparação inclui pensar no que vamos cozinhar com antecedência, procurar receitas, comprar os ingredientes, conversar com mães, tias, avós para reproduzir um prato de família, ou com irmãos e primos para tentar reproduzir algo que vocês comiam juntos na infância, por exemplo. Esse clima festivo vai tomando conta do ambiente antes mesmo da data chegar. Por questões financeiras, de falta de tempo ou de espaço, você não precisa preparar todos os pratos. Pode combinar com os convidados o que cada um vai levar, aqui funciona assim. Esse hábito torna tudo ainda mais especial, pois cada pessoa fará o seu melhor para agradar aos outros, transformando os votos de felicidade em carnes, doces, saladas, molhos...

 

Se eu já gostava de comemorar o Natal dentro de casa, agora que trabalho com educação alimentar vejo ainda mais benefícios nesta escolha. É uma boa hora para focarmos nos ingredientes naturais e deixarmos de lado os produtos ultraprocessados. Precisamos porém ficar atentos com algumas marcas que lançam as carnes natalinas, boa parte delas levam aditivos químicos, que nos são bastante prejudiciais. O ideal é comprar uma carne tradicional, que encontramos ao longo do ano, e temperar em casa. Se você é vegetariano ou vegano, também vai preferir fazer suas próprias receitas, de acordo com as suas opções. Não acho que é o momento de pensar em emagrecer, mas para quem tem restrições alimentares como alergias, diabetes ou doença celíaca, por exemplo, é sim, a melhor maneira de personalizar o cardápio com receitas adaptadas e igualmente saborosas e festivas.

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A bagunça? Depois você arruma. O cansaço? Vai passar. Mas as boas lembranças e a saúde ficarão.

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