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Uma alimentação consciente no paraíso da comilança

Entre os óleos de soja ou girassol, vá de azeite

Por Juliana Carreiro
Atualização:

Você sabe qual é a diferença entre manteiga e margarina? E o que é melhor para cozinhar óleo ou azeite? Estas questões parecem simples, mas podem influenciar bastante a sua saúde.

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O azeite extra virgem tem inúmeras vantagens sobre os óleos vegetais mais consumidos no Brasil. Mas como o seu custo é mais elevado, ele é muitas vezes esquecido nas prateleiras ou utilizado só como tempero para saladas. O produto é rico em ômega 9, uma gordura monoinsaturada, protetora do cérebro e do coração, antiinflamatória e que ainda auxilia na modulação do nosso sistema imunológico. Além disso, leva mais tempo para virar uma gordura prejudicial, quando é aquecida, do que os óleo mais utilizados nas cozinhas do País.

O óleo de soja é o mais barato de todos e por isso é o preferido dos consumidores. Também é o escolhido pela maioria dos restaurantes e das lanchonetes. Infelizmente é a pior opção entre os óleos vegetais, pois sua digestão é muito difícil. Já o de milho e o de girassol são nocivos porque são ricos em ômega 6, que é pró-inflamatório, ou seja, pode causar inflamações no organismo.

Pode ser um bom momento para você repensar a forma como prepara seus alimentos em casa ou nas escolhas que faz quando come na rua. As frituras de imersão podem ser substituídas pelas versões assadas. Por exemplo, batatas, hambúrgueres (feitos em casa), filés de frango ou de peixe, nada disso precisa ser feito com fritura de imersão, todos podem ser levados ao forno e ficarão saborosos e saudáveis. Mesmo para os refogados, basta um fio de azeite e você já terá a gordura que precisa.

Eu conversei com a nutricionista clínica Luana Vasconcelos para saber mais sobre as opções de gordura e os processos de preparação.

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-O que acontece com os alimentos que são submetidos à fritura de imersão?

LV - Eles são banhados em óleo em alta tempera. Estes óleos para fritura costumam ter baixo valor nutricional por terem custo menor, já que a quantidade utilizada é maior por conta da imersão. Por atingirem uma temperatura elevada, geram substâncias tóxicas, que em altas quantidades prejudicam o intestino e o sistema imunológico. Além disso, a quantidade de óleo absorvida pelo alimento que ficou em imersão, e que iremos ingerir, é muito maior do que a nossa necessidade para aquela porção.

-Qual é a diferença entre a manteiga e a margarina e qual é a mais indicada para usarmos no dia a dia?

LV - A manteiga é um produto derivado do leite e pode ser obtida por meio do batimento do creme do leite, a nata. Nesta gordura há um ácido graxo que ajuda a prevenir doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer e também atua na proteção cerebral. Já a margarina é feita apenas com óleos vegetais hidrogenados. A quantidade de gordura presente nas margarinas pode variar de 35 a 80% e é uma gordura ruim. Portanto, com certeza, a manteiga é a melhor opção.

-O que você diria dos chamados "cremes vegetais"?

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LV - Estes óleos hidrogenados são conhecidos como o "pior tipo de gordura", é uma gordura criada pela indústria, que transforma óleos vegetais líquidos em gordura sólida. Isto altera a qualidade inicial do óleo utilizado.

-E quanto a gordura hidrogenada, ou gordura trans, presente nos alimentos ultraprocessados?

LV - A gordura hidrogenada pode ocupar o lugar das boas gorduras na membrana lipídica de nossas células alterando a comunicação entre elas. Entre os principais efeitos deste tipo de gordura estão o aumento do LDL, o colesterol ruim, e a redução do HDL, o colesterol bom, o que prejudica a saúde no nosso coração.

-O tipo de gordura que iremos consumir pode colaborar com o aparecimento de doenças como a diabetes?

LV - Sim. O consumo excessivo de gordura hidrogenada gera aumento de gordura corporal. O aumento da gordura abdominal provoca um processo inflamatório no nosso organismo, que também pode ser facilitado pelo consumo excessivo dos óleos de milho e de girassol. Esta inflamação altera o funcionamento da insulina e pode resultar no aumento da resistência à insulina que é um dos fatores que leva a uma condição pré-diabética.

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