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Uma alimentação consciente no paraíso da comilança

Diferencie os alimentos industrializados para comer melhor

Eu já disse diversas vezes neste blog que devemos evitar os produtos ultraprocessados, comer os processados com moderação e priorizar os minimamente processados e claro, os in natura. Mas confesso que quando parei para escrever este post fiquei um pouco confusa sobre esta classificação. Recorri mais uma vez ao Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado em 2014 pelo Ministério da Saúde, em parceria com a Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Vou dividir com você o que descobri e quais são os produtos que mais tenho em casa, aqueles que eu chamo de 'industrializados do bem'. Vamos começar com um raciocínio bem simples. Se você conseguir reproduzir um alimento na sua casa e se ele tiver até três ingredientes: como tomate, água e sal, por exemplo, será um produto industrializado, mas se ele tiver uma lista enorme de ingredientes com nomes que você nem conhece e que nunca encontrará no mercado, é um ultraprocessado. Mas mesmo entre os industrializados há subcategorias, então vamos a elas. Minimamente processados                                                                                              São alimentos naturais que passaram por pequenas alterações, como os grãos que são secos, polidos e empacotados ou moídos na forma de farinhas. Nesta categoria entram ainda os cortes de carne resfriados ou congelados. Também podem ser aqueles produtos extraídos de alimentos naturais, como o azeite extra virgem e os temperos, como a canela em pó. Estes eu tenho aos montes por aqui. Os temperos naturais, ainda que minimamente processados, agregam muito sabor às preparações e dispensam o uso dos terríveis tabletes de caldos, temperos ou molhos prontos. Na dispensa tenho feijão branco e lentilha, por exemplo. No freezer, sobrecoxas de frango orgânico e sem tempero, se já estiver temperado ele pode virar um ultraprocessado porque contém muitos aditivos químicos. Ao lado do frango, no freezer ficam as ervilhas congeladas. Esta forma de conservação preserva as características nutricionais dos alimentos. Costumo comprar polpas de frutas congeladas, que não substituem as frutas in natura, mas que ampliam bastante a variedade delas com opções que não encontro facilmente aqui no Sudeste, como graviola, cupuaçu e açaí. Depois dos alimentos naturais, este grupo é o que mais tenho por aqui, descobri que nele entram também o tomate pelado e a sardinha em lata, por exemplo. Adoraria fazer um molho de tomate caseiro desde o início e ter sempre sardinhas frescas a disposição para cozinhar, mas muitas vezes não tenho tempo de sair para comprar estes ingredientes, portanto, estas opções facilitam muito a minha vida e não prejudicam a minha saúde. Boa parte das marcas de tomate pelado são italianas e isso é bom porque lá eles são muito mais rígidos com o uso de agrotóxicos. Já a sardinha é rica em cálcio e ômega 3, uma gordura boa para o nosso organismo. Entre as farinhas as minhas preferidas são a de arroz, a fécula de batata e os polvilhos doce e azedo, que veem da mandioca. Com elas faço todas as preparações que levariam farinha de trigo. ProcessadosSão aqueles cujos processos de fabricação se resumem ao acréscimo de sal ou açúcar a um alimento natural ou minimamente processado, como legumes em conserva ou frutas em calda. Tenho poucos exemplos deste grupo aqui em casa. Mas o que compro bem de vez em quando é o palmito em conserva. Na hora de utilizá-lo costumo deixá-lo em água fervente por 15 minutos. Depois descarto esta água. Este processo simples, retira um pouco do sódio e dos conservantes que foram adicionados a ele. Ultraprocessados Estes produtos têm um longo processo de fabricação, com muitas etapas e diferentes técnicas. Reúnem uma série de ingredientes, em sua maioria de uso excluso da indústria. Infelizmente eles estão entre os ítens mais consumidos pelos brasileiros, os exemplos são inúmeros: refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos de pacote, macarrão instantâneo, nuggets, embutidos em geral, entre muitos outros. Posso me orgulhar de não ter nenhum deles por aqui. Mas por que eles são tão prejudiciais? Pra começar têm em excesso substâncias nocivas ao organismo como sal, açúcar, gorduras e aditivos químicos, como conservantes, estabilizantes, flavorizantes e corantes. Têm também um sabor artificia que altera o nosso paladar, tornando-o menos receptivo aos sabores mais sutis, como os de frutas, verduras e legumes, por exemplo. Que devem ser sempre as estrelas principais dos nossos cardápios.

Por Juliana Carreiro
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