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Uma alimentação consciente no paraíso da comilança

 10 Resoluções alimentares para 2017

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Por Juliana Carreiro
Atualização:

Já faz mais de um ano que comecei a escrever este blog, são mais de 50 textos publicados, cada um tenta trazer algumas dicas úteis para melhorar os seus hábitos alimentares e, consequentemente, a sua saúde. Para o último post do ano reuni o que considero os dez principais conselhos que, humildemente, posso dar para um 2017 mais saudável e consciente no que se refere à alimentação. Alguns deles servem para mim também.

 

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1 - Tome mais água

Esta primeira resolução com certeza serve para mim, eu tomo bastante água, mas sei que não é suficiente. Sempre ouvimos falar que precisamos tomar no mínimo 1 litro e meio de água por dia. Mas para mim não é fácil atingir esta quantidade. Sei que entre os brasileiros este também não é um hábito muito difundido. Infelizmente, muitos preferem matar a sede com sucos industrializados, refrigerantes ou bebidas alcoólicas. Além de pouparem o organismo dos benefícios da água, o estão sujeitando aos malefícios destes substitutos. Este líquido neutro e universal regula todas as funções do nosso organismo, é um dos ítens mais importantes para a eliminação de toxinas e para o bom funcionamento do intestino, que por sua vez, irá comandar todo o resto.

 

2 Diminua o consumo dos ultraprocessados

Bolachas recheadas, salgadinhos, carnes embutidas, refrigerantes, temperos e caldos prontos, macarrão instantâneo... estes alimentos ultraprocessados estiveram presentes em diversos posts deste blog ao longo do ano. Foram os grandes vilões do Comida de Verdade. Não pude ignorá-los porque o seu consumo tem aumentado a cada ano em nosso País e suas altas quantidade de açúcar, sódio, gordura e aditivos químicos têm causado diversas doenças em adultos e crianças por aqui. Falta de tempo para cozinhar, preço baixo, acesso fácil, prazer, sempre há um argumento para justificar o seu consumo e quanto mais eles frequentam a rotina das pessoas, mais resistência estas pessoas têm em diminuir este consumo. Se você é uma delas, fique atento. Estes produtos são quimicamente construídos para gerar uma certa 'dependência' e quanto mais você tiver contato com eles, mais vai querer ter.

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3 Coma mais frutas, verduras e legumes

Parece que o aumento do consumo dos ultraprocessados está diretamente ligado à queda do consumo de frutas, verduras e legumes. Os argumentos para essa 'substituição' são quase os mesmos: falta de tempo para cozinhar e para comprar comida fresca, alto custo, paladar difícil de ser aceito. Durante o ano mostrei em alguns posts que todos estes argumentos podem ser derrubados. Com um pouco mais de organização, interesse e vontade é possível aumentar a quantidade de frutas e hortaliças frescas consumidas na sua rotina. Mostrei ainda que a questão do custo destes produtos é muito relativa e, muitas vezes, eles não são mais caros que os ultraprocessados. O paladar pode ser exercitado, basta querer. Com pequenas mudanças na sua rotina alimentar você terá acesso aos inúmeros benefícios que os alimentos naturais têm a nos oferecer. Assim como a água, eles irão ajudar na regulação de todas as funções do nosso organismo.

 

4 Volte a comer 'comida de verdade'

Parece que os conceitos alimentares aprendidos com as nossas avós, tem sido cada vez mais esquecidos, mas isso não deveria acontecer. 'Sente e coma com calma', 'Não beba líquido durante as refeições', 'Tenha cinco cores no seu prato'. Estes sábios conselhos resumiam oideal de uma rotina alimentar balanceada com representantes de todos os grupos: carboidratos, proteínas, leguminosas, óleos e gorduras (boas) e frutas e hortaliças. Encontramos na natureza representantes de todos estes grupos. As raízes, que podem fazer o papel de carboidratos, como a batata doce, o inhame, a batata inglesa, ou que podem ser a matéria prima para eles, como a mandioca, que se transforma, em polvilho, em tapioca... As proteínas podem ser de origem animal ou não, aqueles que optam por não consumir estes produtos, podem encontrá-las em cereais, como a quinua e até na combinação de cereais mais populares com as leguminosas, o famoso arroz com feijão. As leguminosas, por sua vez, ganharam um post próprio no blog este ano, tamanha é a sua importância para a nossa saúde. Também falei aqui sobre óleos e gorduras boas. Eles devem estar na nossa rotina alimentar, pode ser na forma de azeites, manteiga, peixes, oleaginosas e até no abacate. O importante é resgatar o hábito de comer 'comida', principalmente durante a semana. Aos finais de semana você pode procurar aquilo que lhe dará mais prazer: pizza, sanduiche, sorvete, pipoca, batata frita, pastel...mas se forem a base da sua alimentação, se consumidos todos os dias, logo a conta vai chegar.

 

5 Não embarque nas dietas da moda

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Como acontece todos os anos, 2016 também trouxe algumas dietas mágicas que prometem acabar com o seu excesso de peso e aumentar a sua massa muscular. Elas também foram abordadas pelo blog. Muitas delas tendem a excluir algum grupo alimentar, o que vai gerar um desequilíbrio no organismo e o resultado deste desequilíbrio nunca será positivo, ainda que a balança diga o contrário. Perder peso rapidamente depois de um período de muitas restrições não é sinônimo de emagrecimento saudável e duradouro. Se é isso que você busca, fuja de qualquer tipo de radicalismo, não pule nenhuma refeição, não fiquei muitas horas em jejum, nem passe fome. Também falei muito por aqui sobre algumas 'pegadinhas' da indústria alimentícia. Na hora de escolher um alimento industrializado fique atento aos termos 'integral', 'menos sódio', 'ligth', 'diet', 'zero gordura trans'. Nem sempre eles são verdadeiros e ainda que sejam, não significa que nos serão benéficos. Na dúvida, diminua o consumo deles.

 

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6 Tome cuidado com o excesso de açúcar, principalmente entre as crianças

De acordo com o Ministério da Saúde, 72% dos bebês brasileiros com menos de 1 ano já consomem bolacha recheada com frequência. Este é apenas um entre tantos exemplos que contrariam uma das principais recomendações dos Guias de Pediatria, de só se oferecer açúcar depois do primeiro ano de vida. Hoje os bebês são apresentados à substância bem mais cedo do que isso, em casa, nas creches ou nas escolinhas. Depois do nascimento do meu filho, passei a me interessar bastante pela alimentação infantil e este tema também apareceu com frequência neste blog. Falei algumas vezes sobre a influência da publicidade nas escolhas feitas pelos pais e até pelas próprias crianças que já têm este poder de escolherem o que vão comer. E deixei bem claro o quanto esta influência me incomoda. Mostrei porque o consumo excessivo de açúcar é tão prejudicial para todos nós e, principalmente, para eles. E como ele está sempre presente nas mãos dos pequenos. Esta relação tão próxima é um das principais responsáveis pela dificuldade de se introduzir alimentos mais naturais no cardápio deles e esta resistência poderá acompanhá-los pelo resto da vida e ser a causa de muitos de seus problemas de saúde.

 

7 Diminua o consumo do leite de vaca e dos seus derivados

Um dos primeiros temas levantados pelo Comida de Verdade foi o leite de vaca e seus malefícios. Gerou muita polêmica e resistência de um grande número de leitores. Ao longo do ano voltei ao assunto algumas vezes para apresentar os leites vegetais, que são ótimos substitutos, expliquei que esta resistência em retirá-lo do cardápio pode ser fisiológica, esclareci que aqueles que conseguem diminuir o seu consumo não estarão abrindo mão do cálcio, que tem nas verduras fontes muitos melhores do que o leite. Falei também sobre as diferenças entre alergia e intolerância ao leite e sobre a confusão que se faz com a lactose e as suas proteínas. Para resumir tudo o que foi dito posso dizer que os brasileiros aumentaram muito o consumo do leite e de seus derivados nas últimas décadas e oexcesso destes alimentos causa diversas reações negativas ao organismo, que variam de acordo com a nossa individualidade, mas podem ir desde inflamações no sistema respiratório, como rinite, sinusite, bronquite, até gastrite, ansiedade, distúrbios de comportamento, enxaqueca crônica e obesidade, entre muitos outros males.

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8 Reduza também o glúten

Assim como o leite de vaca, o glúten, principal proteína do trigo, também é uma grande fonte de inflamações no nosso organismo. Seu consumo também aumentou muito nas últimas décadas e também senti muita resistência de uma parte dos leitores quando toquei neste assunto. Durante este primeiro ano do blog, expliquei detalhadamente como acontece esta relação nociva entre o seu consumo excessivo e a nossa saúde, mostrei como o trigo consumido nas décadas de 60 e 70 passou por diversas modificações até se transformar no que consumimos hoje, que é muito mais prejudicial, sugeri alguns alimentos que podem substituí-lo e ainda agregar nutrientes e fibras à nossa rotina alimentar e para indicar uma possível solução para este problema, escrevi sobre o crescimento do mercado de produtos mais saudáveis. Relatei também como o meu entorno tem ficado mais aconchegante com diversas opções em pizzarias, lanchonetes, praças de alimentação e até em padarias para pessoas como eu, que preferem tirá-lo do cardápio.

 

9 Cuide do seu intestino

Se você seguir todos os conselhos acima pode ficar tranquilo que o seu intestino estará funcionando perfeitamente. Mas se não estiver, é preciso ficar atento. O bom funcionamento intestinal é determinante para a grande maioria das nossas funções físicas, mentais e emocionais. Por isso ele é chamado de 'segundo cérebro' e para alguns especialistas até de 'primeiro cérebro'. Para mantê-lo saudável basta manter uma rotina alimentar balanceada. Algo que parece simples, mas infelizmente, não é. Então que tal reservar um tempo esses dias para repensar a sua alimentação e dedicar mais tempo a ela em 2017? Você pode começar pelo próximo e último ítem da minha lista.

 

10 Dê preferência aos orgânicos

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Não podemos ignorar os inúmeros estudos a respeito dos efeitos nocivos dos agrotóxicos no nosso organismo. Os alimentos orgânicos aparecem como uma excelente opção para a nossa saúde, porque são ricos em nutrientes, diferentemente dos produzidos em larga escala, e porque são isentos destes produtos venenosos. Além disso, dão trabalho a milhares de famílias de pequenos produtores Brasil afora e ainda preservam o solo e as águas ao seu entorno. Então por que ainda sofrem tanta resistência? Esta dúvida foi tema de um dos posts deste blog e mostrou que o custo e a pouca oferta são alguns dos principais empecílhos para o aumento do seu consumo. Portanto tenho uma boa notícia para 2017, o custo destes alimentos tem caído a cada mês e muitas vezes se aproxima ou se iguala ao dos tradicionais. A oferta de feiras específicas ou até a presença deles em supermercados comuns também tem aumentado. Espero que no ano que se inicia este consumo cresça a cada dia, gerando um ciclo virtuoso muito necessário para a nossa saúde e para o planeta.

 

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