Nos últimos meses, famílias venezuelanas chegaram ao Brasil devido à crise social e econômica do país. Um estudo da Organização Internacional para as Migrações (OIM) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), divulgado na terça (2), mostrou que as crianças e os adolescentes do país vizinho encontram dificuldades para frequentar a escola.
Razões como falta de vagas e altas distâncias e custos excluíram 63,5% de crianças e adolescentes venezuelanos do acesso à educação. De acordo com o estudo, eles também estão expostos a outras violações. A ideia da publicação é monitorar o fluxo migratório venezuelano, tendo como foco a infância e adolescência.
Garantia de direitos
O estudo levantou informações relacionadas à saúde, segurança alimentar, trabalho infantil e violência sexual, entre outros direitos. A maioria das crianças e adolescentes (87,1%) analisadas estava com as vacinas atualizadas e 70% tinham acesso aos serviços de saúde. Porém, as condições sanitárias podem criar problemas.
Do total de entrevistados da pesquisa, 60% afirmaram que não tinham acesso a água mineral filtrada para beber e 45% não tinham acesso regular a água para cozinhar e para garantir sua higiene pessoal. Além disso, 28% das pessoas menores de 18 anos disseram ter tido diarreia no último mês.
Em relação à segurança alimentar, 115 crianças e adolescentes venezuelanos (16%) passaram por algum momento em que não tiveram comida suficiente. Pelo menos 128 reduziram o número de refeições diárias, 93 sentiram fome e não conseguiram alimentos e 84 disseram ter passado por um dia em que comeram uma vez ou não comeram.