PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Direto da capital francesa

A pobreza também está em Paris

É normal pegar o avião com destino à Paris e, ao chegar, se maravilhar com a riqueza e elegância da capital francesa. Entretanto, a grandeza do Arco do Triunfo, da Torre Eiffel, do Palais Royal, do Louvre e do Panthéon  disfarçam a pobreza que circula nas ruas parisienses. Além da vida suntuosa que segue os clichês parisienses existem 210.000 pessoas que vivem na mesma cidade com menos de 670EUR por mês, em sua maioria estrangeiros, mãe solteiras ou grandes famílias.

Por Giovanna Saba
Atualização:

Ao andar pelas ruas parisienses, se olharmos com atenção, encontraremos pessoas erguendo pequenos cartazes com os dizeres "J'ai faim" - tenho fome, nos corredores do metrôNas avenidas famosas por suas lojas de grife e cafés caros, como a Saint Germain e Grands Boulevards, notamos os sdf -  abreviação em português para sem domicílio fixo, pedindo dinheiro na rua, passando a noite dormindo dentro de agências bancárias ou comprando, com o pouco que têm, um lanche no McDonalds.

PUBLICIDADE

Saindo dos quartiers mais chiques, chegamos aos bairros populares e indo além do arco periférico que contorna a cidade, chegamos às cités - uma realidade escondida dos turistas que percorre o perímetro de Paris. Prédios enormes, com janelas pequenas e extremamente próximas. Ali está uma Paris que ninguém quer ou pode ver. Essas áreas mais afastadas do centro, em sua maioria localizadas ao norte da capital,são apelidadas de no-go zones, principalmente após os atentados de janeiro de 2015. Hoje, a prefeitura luta para tornar esses quartiers mais atrativos para todos, investindo na luta contra o desemprego e também a favor da educação dos jovens que habitam tais regiões. Os habitantes das cités, em sua maioria imigrantes, vivem em um mundo à parte, no qual o contato com as drogas, armas e com a violência, em todas as suas formas, é frequente. 

Essas pessoas, camufladas na paisagem parisiense, tentam encontrar o seu lugar mesmo que a maioria esteja bem longe de casa. Mas acredito que Paris pode ser a cidade não só daqueles que pegam um avião para chegar até lá ou aqueles que pagam 3000EUR pelo aluguel, mas para todos que estão ali lutando por uma vida melhor.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.