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Red carpet: moda sim, frivolidade não

Em tempos de crise, o desafio é ser sensata e comedida sem se tornar insossa

Por Maria Rita Alonso e Giovana Romani
Atualização:

No período pré-Oscar muito se falou sobre a falta de criatividade na hora de escolher o vestido com que as atrizes cruzariam o tapete vermelho. Os mais críticos afirmaram que, nos últimos anos, elas chegam à premiação parecendo madrinhas ou formandas. Não é bem assim. Impossível dizer que não há audácia no vestido branco da Dior com que Marion Cottilard surgiu no red carpet.

Marion Cotillard de Dior Foto: AFP

Em tempos de crise generalizada, o estilista da maison, Raf Simons, parece estar alinhado ao espírito do tempo, que pede sensatez e comedimento. Ele soube traduzir com exatidão o que uma mulher precisa para se destacar hoje, sem apelar para o excesso. O vestido surpreendeu pela silhueta afastada do corpo, pelo detalhe nas costas e pela faixa preta que dava um toque esportivo e contemporâneo. Sem contar que era branco, tom que é sinônimo da elegância descomplicada.

Julianne Moore de Chanel Foto: AP

A mesma cor foi usada por Juliane Moore, deslumbrante de longo com brilhos Chanel, feito sob medida por Karl Lagerfeld. Apesar de ser inteiro bordado e rebuscado, o modelo era um tomara-que-caia reto e, aparentemente, simples. A complexidade, no entanto, está nos detalhes. Na alta costura, mais do que estampas e silhuetas mirabolantes, o que conta mesmo é o primoroso trabalho artesanal. Outra prova disso? O rico vestido de Emma Stone, um verde inusitado, de mangas compridas transparentes e uma fenda matadora, assinado por Elie Saab, mestre em criar modelos glamourosos. 

Emma Stone de Elie Saab 

Já o vestido de Lupita Nyong’O, com corpete inteirinho bordado de pérolas, obra do brasileiro Francisco Costa, diretor criativo da Calvin Klein, não foi uma escolha unânime.Mas, ao assumir riscos de uma forma moderna, ela confirma seu status de fashionista número 1 de Hollywood. 

Lupita Nyong'o 

Aliás, se arriscar é mesmo preciso, a inglesa Felicity Jones deve ter agradado à turma ávida por emoção no Oscar. Em termos de beleza, porém, o look desenhado por Sara Burton, da grife Alexander McQueen, não brilhou. O polêmico vestido tinha uma modelagem bufante meio antiga e uma cor apagada. Outra inglesa, Rosamund Pike, fez mais bonito. Aos 36 anos, depois de viver uma bondgirl e atuar em vários pequenos papéis no cinema, ela finalmente encontrou sua grande chance no filme A Garota Exemplar e chegou ao Oscar pela primeira vez com um modelo à altura: um Givenchy vermelho, que valorizava suas curvas.

Felicity Jones de Alexander McQueen 

Veterana do red carpet, Gwyneth Paltrow também acertou ao surgir com um longo do mesmo tom de rosa que usou ao receber sua primeira e única estatueta, em 1998. Superjusto, o vestido atual seria quase minimalista, não fosse a grande flor aplicada no ombro. E a diversão do look parou por aí. Afinal, essa é realmente uma temporada de ousadias comedidas. Moda, sim. Frivolidade, não. 

Gwyneth Paltrow de Ralph and Russo 

E quem passa a mensagem são as próprias estrelas, como Cate Blanchett e Reese Whiterspoon, que encaparam o movimento #askhermore (pergunte mais para elas).Nas redes sociais, elas pediam que os jornalistas perguntassem no tapete vermelho algo além de “o que você está vestindo?” Funcionou, mas nem tanto, já que a questão era a primeira a ser levantada. A propósito, Cate vestia Jonh Galliano e Reese, Tom Ford.

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Rosamund Pike de Givenchy 
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