Na temporada de moda, marcas de luxo se engajam em causas sociais

Grifes investem em ações de combate à fome e ao livre comércio de armas de fogo

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Por Natália Guadagnucci
Atualização:
Modelos nos bastidores do desfile da Gucci na Semana de Moda de Milão Foto: Valerio Mezzanotti/The New York Times

No último domingo, 4, a Balenciaga apresentou sua coleção de outono/inverno 2018-2019 em Paris com uma missão que ia além de mostrar as próximas tendências da temporada. Em parceria com a World Food Programme (WFP), maior organização humanitária em combate à fome ao redor do mundo, a icônica marca francesa (de origem espanhola) criou uma série de peças cuja renda das vendas será revertida para o programa. Moletons, tricôs, camisetas, bolsas e bonés traziam estampado o slogan “Saving Lives, Changing Lives” (Salvando Vidas, Mudando Vidas). 

Com a parceria, a Balenciaga quer engajar seus consumidores em causas sociais de importância mundial, além de usar seu poder de influência para dar visibilidade a instituições como a WFP, que tem como objetivo acabar com a fome mundial até 2030. “Essa colaboração é uma maneira de atribuir uma nova função para a moda, além de ser uma forma de apoiar boas causas com nossos produtos”, disse a declaração oficial da grife. De 25 de agosto de 2018 até 1º de fevereiro de 2019, 10% das vendas de cada produto com o logo da WFP serão doados para a organização. De acordo com a marca, a compra de um simples boné pode garantir mais de 200 pacotes de biscoitos de alta energia para pessoas em situações de emergência, enquanto uma jaqueta corta-vento pode fornecer kits de alimentação suficientes para abastecer 100 famílias. 

Moletom feito em parceria com a organização WFP foi desfilado em Paris Foto: Jonas Gustavsson/The Washington Post

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A ideia veio de seu diretor criativo, o estilista georgiano Demna Gvasalia, que vem renovando a Balenciaga com seu estilo transgressor e muito alinhado ao discurso das ruas. Além dos itens feitos em parceria com a WFP, a casa francesa doou 250 mil dólares para a instituição.

A marca não foi única a voltar sua atenção para causas políticas e sociais nesta temporada. A Gucci, que, assim como a Balenciaga, pertence à holding francesa Kering, doou meio milhão de dólares para a "March for Our Lives Gun Control Rally", uma marcha criada por estudantes de Washington, nos Estados Unidos, em prol do controle de armas no país. O anúncio veio depois do tiroteio que deixou 17 vítimas em Parkland, na Flórida, em fevereiro deste ano. O diretor criativo da grife italiana, Alessandro Michele, afirmou estar comovido pela coragem da iniciativa. “Eu permaneço ao lado da March for Our Lives e das jovens mulheres e homens que estão lutando por sua geração e pelas que ainda virão”, disse ele.

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