Estilista israelense produz coleção com impressora 3D

Peças têm aspecto futurista e cada uma levou, em média, 400 horas para ficar pronta

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Por Marília Marasciulo
Atualização:
A estilista israelense Danit Peleg criou uma coleção de roupas usando impressoras 3D. Foto: Divulgação

Uma coleção de roupas sem nenhuma costura, saída diretamente de uma impressora 3D: foi o que a estilista israelense Danit Peleg fez em seu trabalho de conclusão de curso no Shenkar College of Engineering and Design, em Ramat Gan, Israel, no fim do mês passado. Inspirados nas pinturas do francês Eugène Delacroix, os vestidos, saias, blusas e jaquetas têm textura elástica e aspecto futurista, formando uma espécie de renda. Cada peça levou, em média, 400 horas para ganhar forma em impressoras 3D caseiras.

 

"Sempre pesquisei como a tecnologia pode impactar a moda e busquei incorporar novidades nos meus projetos", diz Danit. "Acho estranho que ainda usemos as mesmas roupas que as pessoas usavam há 50 anos. Embora o estilo mude, os tecidos são os mesmos." No ano passado, ela criou um vestido com um coração formado por lâmpadas de LED. A peça estava conectada a um telefone e quem o via era convidado a enviar um SMS com opiniões. Se a mensagem fosse positiva, as luzes se iluminavam para formar o coração; se negativa, as luzes apagavam.

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Para a coleção feita em 3D, a estilista passou nove meses realizando pesquisas e testes. Entre os maiores desafios que enfrentou, ela destaca a dificuldade para encontrar o material certo e a demora do processo de impressão. No início, Danit usou PLA, um plástico duro e quebrável. "Levei um mês até descobrir o Fila Flex, um plástico que parece borracha", conta. Depois disso, as seis impressoras funcionaram sem parar por 24 horas durante um mês, para imprimir a coleção a tempo do desfile. O processo inteiro custou cerca de US$ 2.500.

"As impressoras precisariam funcionar mais rápido para tornar minha ideia acessível, mas acredito que seja algo que vá mudar rápido, na medida em que mais estilistas demandarem isso dos fabricantes", opina. Mesmo assim, a estilista acredita que se trata de uma maneira mais livre de inovar e criar roupas. "A impressão 3D é liberadora, porque a imaginação do estilista é o limite, você não depende só do que encontra no mercado", diz.

Assista ao vídeo com a explicação da estilista (em inglês):

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