A Dior, uma das mais importantes grifes da Semana de Alta Costura, desfilou na segunda, 3, reivindicando a figura de mulheres que contestam e ultrapassam limites impostos pela sociedade. A marca segue conquistando com as propostas de Maria Grazia Chiuri, e sua aliança com a marca francesa se estabelece como um dos maiores acertos dos últimos anos - tanto em termos econômicos quanto criativos. A estilista se inspirou em um desenho de Albert Decaris, guardado desde 1953 nos arquivos da casa: um mapa-múndi que mostra a expansão global da marca e reafirma a intenção de Christian Dior em desenhar roupas para "todo o tipo de mulheres de todos os países". Essa necessidade de viajar, de descobrir o mundo e a si mesma, ficou evidente em uma coleção misteriosa e masculina, graças à série de modelos em lã cinza e alfaiataria, em que casacos longos se tornaram vestidos de gala. Técnincas de costura permitiram que as peças tivessem o movimento necessário e a feminilidade aparecesse até mesmo nas roupas mais andróginas.
A grife, que acertou em sua última coleção de primavera/verão ao incluir um grito feminista (que está sendo um sucesso comercial), continua com a exploração de uma nova feminilidade, revisando o 'new look' da Dior, criado em 1947. Maria Grazia também apresentou camisas estilo aviador e calças pantalona plissadas antes dos vestidos de noite em tule, seda e veludo em cinza e rosa. Seguindo a viagem por terras desconhecidas proposta pela Dior, o desfile acabou com tons terrosos e beges, com estampas geométricas e estampas de mapas, adornadas com flores e elementos de tarô, uma das paixões do místico monsieur Dior. Na fila A não faltaram alguns dos atores que foram rosto da casa, como Robert Pattinson, Jennifer Lawrence e Natalie Portman. A grife também anunciou que de quarta, 5, até janeiro, uma exposição na própria sede da Dior relembra os 70 anos da sua história.