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Beira estreia no SPFW com moda sem gênero e casulos de bichos da seda

Marca carioca deve desfilar no penúltimo dia do evento

Por Anna Rombino
Atualização:
Apesar de ser carioca, a Beira tem como seu principal consumidor o paulistano Foto: Divulgação/Beira

Na próxima edição da São Paulo Fashion Week, que está marcada para o próximo dia 21 de abril Pavilhão das Culturas Brasileiras, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, três marcas farão seu début nas passarelas paulistanas. Entre elas está a Beira, grife da estilista carioca Lívia Cunha Campos, que apresenta suas novidades na quarta-feira, 25, penúltimo dia do evento.

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É uma marca com uma equipe pequena, que evita rupturas de uma coleção para outra e busca desenvolver produtos que possam ser usados tanto por homens quanto por mulheres. "Na prática todo mundo usa o que quiser, independente do gênero e da idade, mas é bobagem colocar nomes difíceis que ninguém entende o significado", explica a estilista. "Eu sugiro, nas fotos de campanha e catálogo, o que acho que fica legal para homens e mulheres e muitas vezes é a mesma roupa."

A construção das roupas, a forma e a costura são uma questão chave para no trabalho da Beira. "Minha linguagem surge do momento em que eu transformo um tecido plano em uma peça de três dimensões, das linhas que fazem esse movimento", conta Lívia, que já esteve antes na semana de moda paulistana como parte do Projeto Estufa, uma iniciativa de incentivo a pequenos estilistas. "Foi uma experiência que valeu muito a pena, nunca tinha pensado que um desfile poderia ser tão interessante." 

A principal característica da marca são as modelagens bem feitas Foto: Divulgação/Beira

Desta vez, a Beira irá apresentar um desfile sem preocupação comercial, com uma mistura de peças de coleções passadas com a atual (que já está à venda). "É um desfile que faz sentido", afirma a estilista. Além das modelagens diferenciadas, outro destaque são os materiais utilizados, com peças de fibras sustentáveis, como casulos do bicho da seda descartados e tramas de garrafa PET, e os tingimentos, feitos tanto com químicos tradicionais tanto com extratos vegetal. "Uma coisa não é melhor do que a outra. As coisas se complementam. Não é só porque tem o natural que não precisa do químico", justifica.

Apesar de seu DNA 100% carioca - tanto a Beira quanto Lívia nasceram no Rio de Janeiro -, a marca tem como seu principal público alvo o paulistano e está a venda no site e na loja da Pair, em São Paulo, além de estar presente em pontos de venda internacionais nos Estados Unidos, na Europa e no Japão.

Lívia Campos, estilista da grife, não discrimina as peças por gênero Foto: Divulgação/Beira

Origem Formada em desenho industrial pela PUC Rio em 2012, Lívia Cunha Campos flertava com o mundo da moda desde os tempos de faculdade, porém encontrou dificuldade para se estabelecer no mercado. Foi então que procurou sua ex-professora Joana Pessoa, pedindo orientação para um projeto, que ela não sabia como dar continuidade. Depois de seis meses estudando público alvo, tema e todas as demandas de uma marca, ela fundou o atelier da Beira em 2014.