Calças pantacourt: será que essa moda pega?

As ‘pantalonas curtas’ já estão com tudo lá fora; conheça a história da peça, entenda a tendência e veja outros modelos de calças com as barras encurtadas

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Por Marília Marasciulo
Atualização:
Entre fashionistas, parece unanimidade: a calça pantacourt será febre no próximo verão Foto: Dee

Para alguns, ela ainda é polêmica. Entre fashionistas, porém, parece unanimidade: as calças pantacourt vão ser febre no próximo verão brasileiro. Larguinhas, com altura um pouco abaixo do joelho ou na metade da canela, são como pantalonas curtas. Precisamente, a pantacourt tem comprimento que varia entre 75 e 80 centímetros e uma abertura de 45 centímetros, segundo a consultora de estilo Bilu Casadei. No exterior, são chamadas ‘culottes’, nome mais adequado para entender a história da peça. 

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Você talvez se lembre do termo 'sans-culottes', lá da Revolução Francesa, nas aulas de história. Este estilo de calça era usado pela aristocracia europeia no final do século XVI. Durante a revolução, aqueles que se opunham ao sistema aristocrático vestiam calças compridas e ficaram conhecidos como 'sans-culottes'.

Passados alguns séculos desta revolução, a pantacourt apareceu relacionada aos princípios de outra: o feminismo. Até o início do século XX, o vestuário feminino era composto por saias e vestidos longos, que arrastavam no chão, o que limitava os movimentos e impedia que as mulheres participassem, por exemplo, de atividades físicas. No fim da década de 1920 e início de 1930, estilistas começaram a brincar com a peça para mulheres, como se fosse uma "saia dividida". A italiana Elsa Schiaparelli foi uma das principais a encabeçar o movimento e, é claro, causar polêmica ao usar a pantacourt.

A estilista italianaElsa Schiaparelli causou polêmica ao vestir a pantacourt na década de 1930 Foto: Reprodução/ Pinterest

Há algumas temporadas, a calça voltou a aparecer, mas ganhou força de vez no verão deste ano do hemisfério norte - e tudo indica que o mesmo vai acontecer por aqui. “Até marcas de fast fashion já apostam no modelo, ele está em todas as vitrines”, diz Ana Cristina Gonçalves, editora-chefe da revista Estilo. A dica, para os que ainda têm um pé atrás, é usar a peça da mesma maneira pensada pelos estilistas das décadas de 1920 e 1930, como uma saia dividida. 

Por causa do comprimento e do volume, pode ser um desafio maior para mulheres mais baixas, pois há risco de parecerem achatadas ou ainda menores. O ideal, nestes casos, é apostar em sapatos com salto, como escarpins, sandálias ou mules. Atenção às sandálias gladiadoras, que também são tendência para o verão: elas não combinam com as pantacourt, porque contribuem para criar volumes indesejados na região da canela e dos pés.

Na parte de cima, tops cropped, camisas e blusas de tricô ou moletom ajudam a compor o look. Para arrematar, casacos ou jaquetas um pouco mais estruturadas.

As diferenças nas barras

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Cigarrete, capri, pantacourt, cropped, new pantacourt… Todas são curtas e as diferenças entre elas, às vezes sutis. Cigarrete e capri são praticamente sinônimos, com corte mais seco e reto e a barra um pouco acima do ossinho do tornozelo. A principal distinção entre elas é que a capri, geralmente, está associada ao verão e por isso costuma ser fabricada em tecidos mais leves. A calça cropped é como uma pantacourt, mas também um pouco mais seca. Já a new pantacourt, na opinião de Bilu, é a aposta para o inverno 2016. Com modelagem um pouco mais seca e boca mais larga que a pantacourt, quase como uma calça flare curta, ela deve aparecer em tecidos mais pesados e com cara de jeans. 

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