American Apparel exclui fundador de plano para sair da falência

Juiz rejeita proposta de Dov Charney, criador da marca. Expectativa é que volte a lucrar em 2018, o que aconteceria pela primeira vez desde 2009

PUBLICIDADE

Por Tom Hals
Atualização:
A única loja da American Apparel no Brasil, localizada na Rua Oscar Freire, em São Paulo, fechou as portas em agosto deste ano Foto: Divulgação

Um juiz americano afirmou nessa segunda-feira, 25, que vai aprovar o plano contra falência da American Apparel e rejeitar a tentativa de recuperação apresentada pelo fundador da marca, Dov Charney. A decisão do juiz Brendan Shannon abre espaço para fundos de cobertura, incluindo o Monarch Alternative Capita, controlarem a operação de mais de 200 lojas.   Famosa por seu estilo de roupa bem americano e propagandas marcadas pela conotação sexual, a empresa criada em Los Angeles em 1989 declarou falência em outubro do ano passado, sob alegação de mudança nos gostos do público e excesso de dívidas. O plano de reorganização aprovado agora deve cortar mais de US$ 200 milhões em dívidas e fornecer um aumento nos fundos. Com esse plano, a expectativa é que a companhia volte a lucrar em 2018, o que não ocorre desde 2009.   O fundador Charney atacou o plano ao afirmar que as vendas afundaram desde que ele foi demitido, há dois anos. Ele também argumentou que a empresa precisa de sua inovação e criatividade para prosperar. Em dezembro, ao lado do Hagan Capital Group e do Silver Creek Capital Partners, Charney apresentou uma retomada de US$ 300 milhões, que acabou rejeitada pelo conselho da empresa.   Shannon disse não ter dúvidas de que Charney e Chad Hagan, da Hagan Capital, genuinamente queriam uma chance de fazer uma oferta para a American Apparel. No entanto, o juiz afirmou que a companhia não é obrigada a se colocar à venda quando tem um plano para superar a falência aprovado por todas as classes de credores.   À Reuters, Charney disse estar decepcionado com a decisão e que pretende apelar porque não teria como pagar a caução que provavelmente seria solicitada. A decisão de Shannon veio após um julgamento que durou dois dias na semana passada. Em 2014, Charney, que já enfrentou processos de assédio sexual, foi demitido por suposta corrupção e por não impedir que um subordinado difamasse antigos funcionários. Ele nega todas as acusações.  

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.