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A moda da customização

Estilistas e empresas se especializam em 'reciclar' peças e dar uma nova chance a roupas que ficaram ultrapassadas

Por Mariana Belley
Atualização:
"Customizar mostra muito do seu universo pessoal!", diz Ivã Ribeiro, estilista da A Versão Foto: Reprodução/Instagram A Versão

O mercado de customização de roupas é um seguimento da moda em constante expansão em São Paulo e nas grandes capitais do Brasil e do mundo. Comum na Europa, as transformações de peças viraram bons negócios para estilistas e profissionais especializados em dar uma nova cara àquela camiseta já encostada, à jaqueta que rasgou sem querer ou ao ex-jeans favorito, que acabou ficando com a modelagem ultrapassada. 

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Falando em jeans, a startup americana Qcut quer revolucionar o mercado de jeanswear com customizações que prometem moldar o jeans perfeito. Com o lema 'não somos manequins', a loja virtual criada por Crystal Beasley promete cerca de 400 tamanhos diferentes de calças jeans com o objetivo de conquistar peças para todos os tipos de corpo. 'Os corpos das mulheres têm oito formas diferentes, no entanto, as roupas são feitas apenas para um tipo de corpo. Por que é assim? Quero fazer um jeans com um ajuste personalizado", diz.

A ideia funciona assim: a usuária precisa preencher algumas informações de acordo com seu tipo físico: altura, peso, tamanho do sapato, do sutiã e a medida do seu jeans preferido. Dessa forma, o site organiza uma série de perguntas sobre o jeans ideal, como, por exemplo, se você prefere a cintura alta, média ou baixa ou a cor do denim, e assim, criar a peça.

Olhando para uma prática mais comum no mercado de customizações, a loja 'Arranjos Express', do empresário português Paulo Alexandre, veio direto de Lisboa para terras paulistas em abril de 2003 e já soma 28 lojas no País. “Quis criar algo que fosse simples de ser gerido, que não tivesse estoque e nem contato com fornecedor. Agarrei, então, dois nichos de mercado que considero importantes nos dias de hoje: a customização e a transformação.” De acordo com a consultoria americana TechCast, a customização pode vir a representar cerca de 30% do varejo no mundo até 2017.

 “Nós aproveitamos essa oportunidade de mercado e induzimos nosso cliente a customizar sua roupa. O consumidor não precisa comprar um vestido caro toda vez que vai a uma festa. Ele pode pegar o antigo, customizá-lo e voltar a usar”, sugere ele, que, em sua empresa, trabalha com peças variadas como camisetas, casacos, saias, malhas e até pele. 

Já na marca 'A versão', os sócios Ivã Ribeiro e André Anastácio decidiram focar na customização de camisetas e moletons, estampados com bandas de rock, no melhor estilo ''do it yourself'. “Se pensarmos em todos os jovens punks da década de 1980 e seus alfinetes e rasgos nas roupas, eles já faziam customização! Também gosto do high and low: transformar uma camiseta de malha em um produto mais sofisticado, com bordados ou detalhes feitos à mão”, diz Ribeiro.

Paetês e pedrarias são alguns dos materiais usados por Ribeiro na hora de reformar t-shirts, transformando, assim, aquela camiseta simples em algo com mais charme. O estilista defende que a vantagem de customizar é a de ter uma peça com personalidade e feita de forma realmente exclusiva. “Acho que algumas pessoas buscam peças únicas e não gostam de sair e encontrar gente na rua com a mesma roupa”, diz ele. “Além disso, tem a questão da reciclagem de peças antigas, que faz parte do movimento sustentável.”

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Quer customizar em casa? Ribeiro dá as dicas: “Primeiro de tudo, tenha paciência. Às vezes, o resultado não fica exatamente como você espera. No meu caso, gosto quando não dá certo, pois acabo vendo um leque de possibilidades e em, algum momento, uso aquele aprendizado em outra peça. Vá atrás de referências. Na internet, há vários tutoriais de como customizar camisetas, por exemplo. Por fim, pense em qual mensagem você quer passar com aquela peça. Afinal, customizar mostra muito do seu universo pessoal!

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