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A it-girl mais famosa do Quênia branqueia a pele e causa polêmica

Após tratamento de pele, Vera Sidika reacende polêmica racial e o debate sobre cremes clareadores, que podem causar câncer

Por Helena Tarozzo
Atualização:
Vera Sidika, a it-girl do Quênia, depois e antes do clareamento de pele de 120 mil euros 

Ela costuma se auto intitular a Kim Kardashian do Quênia, possui 33,5 mil seguidores no Instagram e um e-commerce com seu nome, é a maior celebridade de um país onde a desigualdade social atinge níveis absurdos e, ainda assim, quer deixar de ser negra. Vera Sidika é uma celebridade no país africano e fez um anúncio em horário nobre na televisão de seu país sobre sua decisão.

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“Se Rihanna e Beyoncé descolorem suas peles e ninguém diz nada sobre isso, por que eu não poderia também?”, desabafou ela. Com o depoimento na rede nacional NTV ela dividiu opiniões em questões de segundos. No dia seguinte, a imprensa queniana a rotulava “irresponsável” e dona de um exemplo duvidoso para a população. 

Sidika está passando por um tratamento que gradualmente diminui a coloração de sua tez, e já está “três tons” abaixo de sua cor natural. Trata-se de um processo de clareamento feito em Londres, para qual a queniana desembolsou a quantia de 120 mil euros - uma decisão irreversível que altera a pigmentação da pele para sempre.

E ela se mantém firme com sua mudança, mesmo sendo alvo de xingamentos e fortes críticas na sua página do Facebook. “Viu como você era linda negra?”, diz uma leitora sobre uma foto na linha do tempo de Vera, ou outros a elogiam e dão força como comentários como esse: “É a sua vida, Vera. Ninguém tem direito de falar sobre isso. Adoro como você ignora as críticas”.

Antes um exemplo de beleza sem complexos, por seu corpo voluptuoso, Sidika hoje recebe críticas também na imprensa internacional. O jornalista Wallace Kantal, do Daily Nation, por exemplo, a chamou de “representação de um novo rosto do capitalismo” -por encarnar a personalidade de alguém que não tem limites. O portal S Moda, do periódico “El País”, também denuncia que “ao invés de procurar uma ajuda terapêutica, ela prefere tirar selfies”.

Segundo o jornal espanhol, “a atitude dela atenta a uma prática cada vez mais comum, ilegal em muitos países e perigosa para a saúde”. Cremes de branqueamento são comuns nos Estados Unidos e no Japão, mas não são aconselhados por especialistas, por trazerem risco de causarem câncer. 

  

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