5 verdades sobre a carreira de modelo

Agentes das modelos Naomi Campbell, Carol Ribeiro e Fernanda Tavares, Analu Montanaro e Cristine Franco, da Prime MGMT, falam sobre os novos desafios da profissão

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Por Giovana Romani
Atualização:
Carol Ribeiro, uma das agenciadas da Prime, no desfile da Balmain, em Paris: beleza brasileira em alta Foto: AFP PHOTO / MIGUEL MEDINA

Atual agente das supermodelos Carol Ribeiro, Fernanda Tavares, Naomi Campbell e Cintia Dicker, Analu Montanaro lembra-se de Gisele Bündchen adolescente, vinte anos atrás, pedindo carona a todos que trabalhavam com ela na época, em São Paulo, para não ter que ir de ônibus aos castings. “Já naquela época Gisele impressiovana pelo profissionalismo e pela seriedade com que encarava o trabalho”, diz Analu. A fim de descobrir e apresentar ao mundo outras modelos diferenciadas como Gisele, ela e a sócia, Cristine Franco, decidiram criar um novo formato de agência, a Prime MGMT, uma espécie de boutique com poucas e boas. “Somos muito criteriosas com as meninas que representamos e oferecemos um atendimento personalizado para direcionar a carreira de cada uma da melhor forma”, afirma Cristine. Isso porque o mundo - e a moda - mudaram desde aquele início de Gisele pedindo carona. Hoje, na moda, não basta ser linda. Há de se ter personalidade, cuidar da própria imagem, manter-se relevante nas redes sociais… Sobre os desafios e as verdades da carreira, Analu e Cristine falam a seguir.

As agentes Analu Montanaro e Cristine Franco entre as tops Cintia Dicker, Fernanda Tavares e Carol Ribeiro Foto: Divulgação

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1.  Só beleza não põe mesa Foi-se o tempo em que bastava ser linda, alta e magra para ganhar destaque. “A aparência e as medidas são coisas óbvias, mas é preciso ter personalidade e apresentar um potencial diferente”, diz Cristine. Por isso, na Prime, elas escolheram trabalhar com um time enxuto de apenas 11 mulheres. “Já tivemos vários casos de meninas lindas, mas que não brilham e não sabem se comportar. Lá fora, eles as chamam de ‘dead fish’, pois não há o que fazer para que reajam”, conta Analu. “E o contrário também existe: meninas nem tão bonitas que têm uma atitude bacana e acabam dando certo.”

2. Sim, você pode ser ‘descoberta’ Cada agência contrata um profissional para procurar new faces, como são chamadas as modelos iniciantes, em diversas regiões do país. “O mercado está ávido por carinhas novas e, de nós, as marcas internacionais esperam um perfil de mulher bem brasileira, como a Carol Ribeiro”, diz Cristine, que acaba de contratar uma adolescente de apenas 14 anos, descoberta no interior do Paraná por um olheiro. “Ele vai para cidades minúsculas, faz um contato, reúne algumas meninas e, se alguma chama a atenção, conversa com a família”, explica Analu. 

3. Vida de modelo não é sexo, drogas e rock’n’roll Para as empresárias, a novela ‘Verdades Secretas’ não retratou bem o cotidiano de uma agência. “Se fosse mostrar direitinho, não daria audência”, diz Cristine. “No dia a dia, estamos o tempo inteiro discutindo e pensando estratégias para valorizar a imagem das modelos. Quem tem uma carreira longa, como a Carol Ribeiro e a Fernanda Tavares, soube selecionar trabalhos e deixou de fazer muita coisa para construir uma imagem.”

4. Os cachês nem sempre são altos Mesmo modelos veteranas acabam fazendo trabalhos que pagam pouco, a exemplo de capas e editoriais de revista, para conseguir visibilidade e abocanhar contratos publicitários com grandes grifes. Na São Paulo Fashion Week, há uma tabela fixa para os cachês dos desfiles, divididos em A, B e C, dependendo da experiência da modelo. As new faces se enquadram na categoria C e ganham R$ 800 por apresentação. 

5. É preciso estar na geração Instagram Modelos consagradas podem selecionar os trabalhos que fazem, mas precisam se manter ativas nas redes sociais - até para concorrer com as tops da geração Instagram, Kendall Jenner, Gigi Hadid e Cara Delevingne -, que colecionam fãs no mundo todo. No Brasil, uma das apostas da Prime MGT, a novata Gizele Oliveira, vem chamando a atenção com seus mais de 220 mil seguidores no Instagram. Aos 21 anos, a jovem capixaba mantém ainda um blog, o Gisele a Go-Go, em que posta looks do dia geralmente clicados em Nova York, onde mora. Na última SPFW, ela desfilou para as marcas Colcci, Ellus, GIG Couture, Gloria Coelho e Lilly Sarti. E registrou tudo em seu perfil, claro. 

Gizele Oliveira, modelo brasileira novata com mais de 220 mil seguidores no Instagram Foto: Divulgação
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