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Universidades contestam lista ''''negra'''' do MEC

Elas alegam que os resultados do exame da OAB usados pelo governo estariam desatualizados

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Por Renata Cafardo
Atualização:

Universidades paulistas contestam a lista dos 37 piores cursos de Direito do Brasil, divulgada nesta semana pelo Ministério da Educação (MEC). A razão da reclamação é que o governo não usou os resultados mais recentes do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) feito em São Paulo. Um das instituições que se dizem prejudicadas é a Universidade Paulista (Unip), que teve menos de 10% de seus alunos aprovados no exame feito em janeiro e 21,55% em outro realizado em abril. A OAB tem provas diferentes elaboradas pelas suas seccionais no País e, desde o início deste ano, alguns Estados se juntaram para aplicar um exame unificado na primeira fase. São Paulo não faz parte desse grupo. Para elaborar a lista dos piores cursos, o MEC usou dados fornecidos pelo Conselho Federal da OAB, em Brasília, sobre todas as avaliações feitas no País em 2007. As reclamações ocorreram, até agora, apenas entre as instituições paulistas porque o MEC recebeu da OAB resultados de dois exames feitos aqui: o 131º (de janeiro) e o 132º (de abril). A lista com os piores cursos levou em conta o exame de janeiro, além das notas do Exame Nacional de Desempenho de Aluno (Enade). "Não se pode divulgar uma lista como essa com dados antigos", diz o diretor da Unip, José Nasser. Segundo o ministério, optou-se por usar a primeira prova porque a mais recente não tinha datas compatíveis com as dos exames feitos no restante do País. O MEC informou ainda que essas instituições tiveram desempenho ruim no Enade e já fariam parte da lista das 89 piores do País, que serão supervisionadas, de qualquer forma. O governo pede que as universidades façam suas reclamações formalmente. A prova realizada em janeiro no Estado teve 28 mil inscritos. O exame do início do ano costuma ter mais participantes porque é feito logo depois da formatura. A avaliação de abril muitas vezes é realizada pelos reprovados no exame anterior e teve, em 2007, 21 mil inscritos. Foi um dos maiores índices de aprovação registrados nos últimos anos, de 30%. Na época da divulgação, a OAB-SP creditou o desempenho a um "esforço maior dos bacharéis". Entre as instituições que tiveram resultados muito diferentes entre um exame e outro estão também a Universidade Nove de Julho (Uninove), que aprovou 7,99% de seus formandos em janeiro e 30,3% em abril e a Universidade Mogi das Cruzes, com 5% e 27%, respectivamente. Um dos casos que mais chama m a atenção é o da Metodista de Piracicaba, que teve 5% de aprovação no primeiro exame e 40% no segundo (veja quadro ao lado) . Essa foi a primeira vez que o MEC cruzou dados do Enade com os da OAB.

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