Tendência de queda continua

Atendimento cai em hospitais e consultórios médicos

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Por Alexandre Gonçalves
Atualização:

Os prontos-socorros hospitalares continuam registrando queda no atendimento de pessoas com suspeita de gripe suína. A distribuição descentralizada do antiviral oseltamivir, associada à possibilidade de obter o medicamento depois de realizar o diagnóstico em qualquer consultório médico, diminuiu a pressão sobre os hospitais. Especialistas também atribuem a mudança de comportamento à conscientização da população, que já avalia a doença de modo mais sereno. O aumento de temperatura na última quinzena, apesar do frio no início da semana, também teria limitado a procura. O Hospital Israelita Albert Einstein atendia, no início do mês, cerca de 100 pacientes por dia com síndrome gripal. Nas últimas duas semanas, a média caiu para 40. "Mesmo com um breve retorno do frio e com a volta às aulas", sublinha Luis Fernando Aranha Camargo. "Dificilmente observaremos uma nova tendência de aumento nas próximas semanas." O boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado na terça-feira com dados atualizados até o dia 22, aponta que "a análise dos atendimentos por síndrome gripal nas unidades sentinela evidencia que (...) a proporção de atendimentos sinaliza um retorno aos níveis de anos anteriores". O documento relata ainda que, desde a semana anterior, "observa-se diminuição no número absoluto de casos". Pondera, porém, que ainda não é possível "concluir que esta tendência seja definitiva, pois ainda existem muitos casos em investigação laboratorial ou que não tiveram as informações sobre a conclusão diagnóstica digitadas no sistema de informação". O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Juvencio José Duailibe Furtado,aponta que o movimento também diminuiu nos consultórios. "Hoje atendi um único caso", afirma. "Antes, atendia três ou quatro." Para o infectologista da Unifesp, Celso Granato, houve uma redução significativa na procura. "Médicos que atuam em diversos hospitais me disseram que o movimento caiu pela metade ou até um terço do que observávamos há três semanas", diz. Segundo o infectologista André Lomar, uma pessoa que apresenta febre, dores no corpo e algum problema nas vias respiratórias - tosse, coriza ou dor de garganta - deve procurar um médico. "Não faz muita diferença a pessoa ir a um hospital ou a um consultório médico", pondera. "O diagnóstico vai ser feito do mesmo jeito." Algumas tendas do exército montadas em Osasco para atender pessoas com suspeita da doença foram desmontadas ontem. A única que continuará funcionando é a do Hospital Municipal Antonio Giglio. Osasco foi a primeira cidade no Estado a registrar morte por causa da gripe suína. A vítima foi uma menina de 11 anos que morreu pouco depois de ser internada, em 30 de junho.

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