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Taxas de homicídio influenciam educação

Por Lisandra Paraguassu e BRASÍLIA
Atualização:

Quanto mais violenta a região metropolitana, menor o indíce de desenvolvimento educacional das crianças. A influência das taxas de homícidio na educação aparece claramente no relatório de Situação da Infância Brasileira 2009, lançado ontem em Brasília pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O relatório deste ano trata do acesso à educação e mostra também que apenas 64% das crianças que entram na escola se transformam em jovens que terminam o ensino médio. O documento afirma que, quanto mais alta a taxa de homicídio, menor é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Para municípios com 130 homicídios por 100 mil habitantes (média observada em municípios da região metropolitana do Rio), por exemplo, o Ideb estimado é de 3,8 da 1ª a 4ª série. Já nos municípios que apresentam uma taxa de 85 homicídios por 100 mil habitantes (média em municípios fora da região metropolitana do Rio), o Ideb sobe para 4,0. O Ideb mede os resultados escolares dos estudantes a partir de provas de avaliação, da repetência e da evasão. Dos 64% de crianças que entram na escola e terminam o ensino médio, apenas 47% o fazem com a idade correta, 17 anos. Crianças que vivem em comunidades urbanas pobres têm 16% mais chances de estar defasadas na 4ª série do ensino fundamental do que aquelas que vivem em outros bairros. "O que leva um adolescente a abandonar a escola é que ela não tem vínculo com o seu projeto de vida", diz Maria de Salete Silva, oficial de projetos de Educação do Unicef e coordenadora do relatório.

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