Tatiana Belinky, de 88 anos, escritora de livros infantis

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Por Redação
Atualização:

"Quando era criança e ainda morava na Rússia, queria ser uma bruxa, mas uma bruxa bonita, como a da Branca de Neve, que é classuda. Mas depois que cheguei ao Brasil e conheci a Emília, a boneca de pano da obra de Monteiro Lobato, descobri que queria ser atrevida como ela, brincalhona e divertida. Acho que sou assim até hoje (risos). Com o tempo, aprendi a ter ?olhos de ver?, ou seja, prestar atenção a tudo, por mais simplório que seja. Estar atenta me faz enxergar muita coisa no cotidiano e é daí que tiro as histórias dos meus livros. Ah, perdi a vergonha... Quando falo e perco o fio da meada, pergunto sem a menor cerimônia o que estava mesmo falando. Antigamente tinha tremedeira de falar em público, agora fico tranqüila. Quando era mocinha, fui tímida e me achava um desastre fisicamente. Achava meus cabelos crespos demais, minhas unhas curtas demais, meu quadril largo demais. Até me dar conta de que os rapazes não achavam isso não (risos). Então parei de roer as unhas e me tornei a organizadora de festas. Mas só me convenci de que não era tão desajeitada assim aos 30 anos. Já era casada e mãe quando me vi bonita numa foto."

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