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SP faz primeiro leilão de créditos de carbono

Iniciativa inédita no mundo rendeu R$ 34 milhões à Prefeitura paulistana

Por Andrea Vialli
Atualização:

A Bolsa de Mercadoria e Futuros (BM&F) realizou ontem o primeiro leilão de créditos de carbono em bolsa do mundo. Foram colocados à venda 800 mil certificados de emissão reduzida - os títulos negociados no ambiente do Protocolo de Kyoto - provenientes da captura e queima de 808.450 toneladas de gás metano no Aterro Bandeirantes, em São Paulo. Os títulos foram comprados pelo banco holandês Fortis Bank NV/SA, que deu o lance mais alto: 16,20 por certificado, valor considerado elevado para transações desse tipo - no mercado europeu, os títulos são comercializados em média a 10. Grandes grupos financeiros fizeram ofertas, como os bancos ABN Amro, Merril Lynch e Goldman Sachs. A Prefeitura de São Paulo, que ofertou os títulos, vai embolsar R$ 34 milhões com a venda dos certificados, o que, segundo o prefeito Gilberto Kassab, será usado em melhorias ambientais nos bairros vizinhos ao aterro sanitário. " Todo recurso arrecadado será revertido em melhorias para a população que há anos convive com o aterro." A Prefeitura deve lançar, até o fim do ano, mais um lote para negociação. METAS DE REDUÇÃO O mercado de créditos de carbono começou a vigorar em fevereiro de 2005. Nele, os países desenvolvidos que têm metas de redução das emissões de gases de efeito estufa podem comprar títulos de projetos que reduzem a poluição em outros países. O Brasil tem cerca de 230 projetos em fase de aprovação pela ONU. A venda dos créditos na BM&F demonstra a viabilidade financeira desse mercado, que tem potencial para movimentar US$ 1,2 bilhão até 2012, só no País.

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