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SP cria 20 ''indicadores verdes'' e faz balanço

Estado admite desempenho ruim em áreas como desmatamento ilegal e gestão do lixo

Por Cristina Amorim
Atualização:

O governo do Estado de São Paulo lançou ontem um conjunto de 20 indicadores ambientais que avaliam a qualidade do ar e da água, situação do saneamento básico, estado da biodiversidade e o que tem sido feito nos campos de mudanças climáticas, cumprimento da agenda ambiental e fiscalização. Acesse a íntegra do Painel de Qualidade Ambiental A aplicação dos indicadores mostra que o saldo é positivo em cinco dos 20 itens e negativo em outros cinco. Eles serão atualizados anualmente e devem compor um quadro de indicadores gerais do Estado, ainda em elaboração. Metas também serão estabelecidas para cada um dos pontos. O saldo é negativo em relação à carga e ao tratamento de esgoto, à gestão do lixo, ao número de animais ameaçados de extinção e ao dano ambiental registrado - em 2008, 4.527 hectares de vegetação foram suprimidas ilegalmente no Estado. O saldo é positivo quanto à qualidade da água superficial, o abastecimento público, a disposição do lixo e o uso de fontes renováveis de energia - puxado especialmente pela presença de cana-de-açúcar e o consumo de seus derivados, e a utilização de energia elétrica gerada em usinas hidrelétricas. Nove deles estão no meio do caminho. O item que avalia a pegada ecológica de São Paulo, ou o impacto dos paulistas no planeta, não foi avaliado - segundo a Secretaria do Meio Ambiente, que formulou os indicadores, os estudos sobre a pegada ecológica estão em fase de elaboração e devem ser aplicados a partir de 2010. O secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano, espera que a situação do esgoto melhore nos próximos anos, uma vez que existem projetos em curso nesse sentido. Ele também destaca um contato frequente e recente entre a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) e a Sabesp, uma vez que "sempre houve um conflito histórico entre as instituições". Graziano afirma que os indicadores serão usados para ajudar o planejamento de novas ações do Estado. Como exemplo, ele cita o uso de critérios ambientais na construção de novos presídios. O relatório que detalha os 20 itens ficará disponível no site da secretaria (www.ambiente.sp.gov.br) por um mês, aberto à consulta pública. Sugestões podem ser enviadas para o e-mail painel@ambiente.sp.gov.br. O coordenador de planejamento ambiental da secretaria, Casemiro Tércio Carvalho, afirma que as sugestões podem compor o próximo relatório, depois de uma análise das prioridades do governo e da capacidade de sua incorporação. "Essa não é só uma agenda verde, nem uma agenda cinza. Estamos incluindo o homem nisso."

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