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Reunião do IPCC no País debate energia renovável

Por Herton Escobar
Atualização:

Cerca de 150 pesquisadores ligados ao Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) se reuniram ontem no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos, para a primeira reunião de elaboração de um relatório especial sobre energias renováveis. O documento, que deve ficar pronto até 2011, fará uma revisão detalhada do conhecimento científico disponível a respeito do uso de energias renováveis no mundo - como solar, eólica, hídrica e biocombustíveis. "As energias renováveis são uma das opções mais importantes para redução das emissões de gases do efeito estufa no mundo e decidimos que elas mereciam uma atenção especial", disse ao Estado a secretária do IPCC, Renate Christ. Sete cientistas brasileiros participam do trabalho. O tema é de especial interesse para o Brasil, que se coloca como líder na área dos biocombustíveis e que, recentemente, viu-se obrigado a defender a sustentabilidade ambiental e social de seus produtos no cenário internacional. O relatório fará uma revisão científica das experiências com energias renováveis, detalhando as "que deram certo, as que deram errado e porque deram errado" - sem fazer recomendações políticas, segundo Renate. A ideia é que seja um documento "politicamente relevante, mas não prescritivo", nas palavras da assessora de cooperação internacional do Inpe e membro do conselho do IPCC, Thelma Krug. Segundo o secretário-executivo da Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima, José Miguez, o Brasil quer ver duas questões esclarecidas cientificamente no relatório: o debate sobre as emissões de metano de hidrelétricas e a sustentabilidade ambiental dos biocombustíveis. "Os europeu querem dizer que o etanol leva ao desmatamento", disse. "Todas as comparações feitas até agora foram muito falhas cientificamente."

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