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Rede estadual vai reduzir ensino médio noturno

Vagas diurnas aumentarão; já há mais alunos estudando durante o dia

Por Maria Rehder
Atualização:

A Secretaria Estadual de Educação vai ampliar o número de vagas no ensino médio diurno para transferir alunos que estudam atualmente no noturno e que tenham interesse em migrar para turmas vespertinas ou matutinas. A iniciativa foi anunciada em entrevista ao Estado pela secretária estadual de educação, Maria Helena Guimarães de Castro, após a conclusão de balanço inédito de matrículas dos últimos dez anos que mostra que o número de alunos que estudam o ensino médio à noite é inferior aos que estudam de dia: 791.294 ante 660.238. Em 1998, a relação era inversa: 1.026.360 no noturno e 502.878 no diurno. A secretária adianta que a pasta já encomendou um estudo para verificar as condições da rede para a ampliação e também para levantar o perfil do aluno do ensino médio noturno. Maria Helena comemora o fato de o porcentual de matrículas diurnas se manter superior ao número de alunos do noturno. "Isso mostra que temos mais alunos chegando na série ideal para sua idade. Antes, muitos mais velhos ingressavam no ensino médio e por isso tinham de estudar à noite", explica a secretária. A secretária faz questão de ressaltar que, enquanto houver demanda, o governo do Estado vai manter as turmas do ensino médio noturno. "Há muitos que cursam ensino médio à noite por falta de vagas no diurno, como nas áreas mais populosas de periferia." TÉCNICO Com a mudança, as salas de aula que ficarão ociosas com a perda de alunos do noturno serão utilizadas para ensino técnico, numa parceria com o Centro Paula Souza. Para Maria Márcia Sigrist Malavazi, coordenadora associada da Faculdade de Pedagogia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a ampliação do ensino diurno é positiva. "A qualidade do ensino noturno vem caindo muito. Mas também é preciso garantir a vaga do aluno trabalhador nesse período e o bom nível de ensino", ressalta. A mesma avaliação faz o professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), Romualdo Portela de Oliveira. "A ampliação do diurno é um dos reflexos da correção do fluxo (quantidade de alunos na idade certa para a série). Mas é preciso que haja estratégias para que o aluno que só pode estudar no período noturno tenha melhores resultados."

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