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Prorrogação das férias aquece mercado de babás

Mas há dificuldade em atender a demanda, já que nem as profissionais têm com quem deixar os filhos

Por Mariana Mandelli
Atualização:

Os dias extras que as crianças ganharam de férias movimentaram as agências de babás dos Estados em que o reinício das aulas foi adiado. Em algumas das agências de São Paulo, Rio e Paraná consultadas pela reportagem do Estado, a procura pelo serviço de baby-sitter aumentou em até 50%. "Com as aulas suspensas e todos esses casos de gripe suína, as mães estão desesperadas", afirma Fred Santos, dono da Atendem Profissionais, de São Paulo. A agência costumava ter uma média de duas solicitações de babás por dia. Desde o início da semana passada, quando o semestre letivo deveria ter começado, ele tem recebido até dez pedidos diários - consegue atender quatro deles. "Está realmente complicado atender essa demanda." A Kanguruh Baby Care, que tem cerca de 400 profissionais e franquias em São Paulo e no Rio - outro estado que suspendeu o início das aulas -, também registrou crescimento de 40% na procura pelo serviço. "Essas novas clientes são pessoas que não contavam com babás em suas rotinas, mas com escolas", afirma Madé Pardo, sócia da agência. "As mães têm medo de expor os filhos à doença e querem profissionais com orientações de higiene e informações sobre a gripe." Os pais de crianças pequenas, que costumam frequentar creches e berçários, são os que mais procuram o serviço. "Eles ficam temerosos porque seus filhos são muito novos", afirma Ana Maria Pereira, responsável pela seleção das babás da Kanguruh. "Assim, acabam optando por deixar as crianças em casa com uma babá." A publicitária Vivika Barone, de 31 anos, faz parte desse grupo de pais. Desde o fim de julho, ela contratou Fabiana Ricardo de Jesus, de 30 anos, e Maria José da Silva, de 25 - uma para os dias da semana, a outra para sábados e domingos - para cuidarem de Isabella, de 1 ano e 2 meses. "Com essa situação da gripe lá fora, deixá-la em casa é o mais seguro", explica. Isabella frequentava um berçário, mas Vivika tirou a menina da escola há um mês, receando que ela ficasse doente. Em casa, os cuidados com a prevenção da doença são prioridade para ela. "Quando a babá chega, já digo para ela tomar um banho daqueles", diz. "E usamos álcool em gel o tempo todo, inclusive na Isabella." Nas agências em que a procura pelo serviço não aumentou, a culpa pelo movimento fraco é atribuído à mesma insegurança em relação ao vírus A(H1N1). "Acho que muitas mães temem que a babá traga o vírus da rua, do transporte público, por exemplo", afirma Marilena da Fonseca, de 71 anos, proprietária da paulista Baby-Sitter Center. "Isso acaba protelando a entrada de novas profissionais no mercado. As mães preferem ficar com quem já confiam." Com a grande procura pela contratação temporária de babás, surgiu outro problema: as profissionais que têm filhos também não tem com quem deixá-los. "Tenho babás que não podem trabalhar porque as crianças estão em casa", afirma Vera Moraes, dona da agência Angele Dei, de Londrina (PR). A expectativa das agências é de que o mercado continue crescendo nos próximos meses. "Enquanto não houver vacina e a situação estiver assim, sem controle, muitas mães terão medo de mandar as crianças para a escola", prevê Vera.

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