PUBLICIDADE

PM só sai após fim de piquete, diz USP

Reitora recebe comissão de funcionários e alunos, mas impõe condições para negociar com grevistas

Por Ana Bizzotto e Elida Oliveira
Atualização:

Terminou sem acordo uma reunião realizada ontem pela reitora da Universidade de São Paulo (USP), Suely Vilela, e uma comissão de funcionários, estudantes e um professor para discutir a saída da Polícia Militar da Cidade Universitária. Suely afirmou que não haverá negociação enquanto manifestantes continuarem tentando impedir o acesso de funcionários a prédios da universidade. Policiais voltaram ontem ao câmpus para vigiar a entrada da reitoria e de outras instalações. Mais notícias da educação Ela nos falou que ou a gente saía da frente da reitoria, e aí ela tiraria a polícia, ou não haveria negociação, e em seguida encerrou a reunião", disse a aluna de Fonoaudiologia e integrante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) Débora Manzano, de 22 anos. "Tivemos uma demonstração clara de que a reitoria não tem coordenação política de encaminhar a discussão", disse Luiz Renato Martim, professor do Departamento de Artes. Para ele, a resposta à posição da reitoria pode ser a "deflagração de greve geral e maciça, que só acabaria com a eleição de um novo reitor". O impasse na USP começou no dia 25, quando funcionários, em greve há quase um mês, e estudantes ocuparam a reitoria e outros prédios. Em nota divulgada na noite de ontem, a reitoria informou que reconhece o direito de greve, "mas não pode ser omissa quanto à realização de piquetes que obstruam o acesso aos prédios, cuja realização é ilegal." O Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) também divulgou nota informando que os reitores das Universidades Estaduais de Campinas (Unicamp) e Paulista (Unesp) apoiam a medida judicial tomada por Suely, que pediu o apoio da PM para restabelecer o acesso a prédios bloqueados "mediante o uso da força e do constrangimento". O Cruesp negou, na nota, ter impedido o acesso de alunos e representantes de professores e servidores a uma reunião dos três reitores no dia 25, medida apontada como o estopim para os piquetes. "O que não foi permitido, e não o será, é a presença em nossas reuniões de pessoas que não pertencem aos quadros funcionais de nossas instituições." O comando de greve cancelou o "trancaço" programado para esta manhã para fechar a entrada principal do câmpus. Às 15 horas, haverá ato em frente à Fuvest contra a graduação a distância criada recentemente pela USP.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.