PUBLICIDADE

País reforça fiscalização da gripe

Anvisa adota declaração de saúde obrigatória em portos e aeroportos para quem chega de países do Mercosul

Por Ligia Formenti , Humberto Maia Junior e Elder Ogliari
Atualização:

O aumento de casos de gripe suína em países do Mercosul, especialmente Chile e Argentina, fez com que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciasse ontem novas medidas para reforçar a vigilância em portos e aeroportos do País. Agora, a declaração de saúde do viajante (DSV) vindo desses países torna-se obrigatória para a entrada no Brasil. O formulário será distribuído no meio de transporte e deverá ser apresentado por todos passageiros. Acompanhe todo o noticiário da pandemia e entenda a doença Ontem, com o registro de 25 novos casos da doença, o total acumulado no País chegou a 240 infectados, crescimento de 120% em relação a quinta-feira, quando 109 casos haviam sido contabilizados. O aumento acontece simultaneamente ao anúncio de que mais três escolas - em São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte -, além de um câmpus da Unesp, em Assis, suspenderam suas aulas por terem alunos infectados. Para David Uip, diretor do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, o aumento era esperado. "Vários dos casos notificados vieram da Argentina", diz. O alerta do infectologista é o mesmo que motivou a decisão da Anvisa. As companhias aéreas serão agora obrigadas a fornecer a lista de passageiros junto com as declaração de saúde dos viajantes após o desembarque de voos provenientes dos países do Mercosul. Além dos EUA, a Argentina passou a figurar como o local onde ocorre o maior número de contaminações de brasileiros. Até agora, os viajantes apenas preenchiam um formulário com dados como endereço e telefone antes do embarque. Em nota, a Anvisa informou que 500 mil vias foram impressas e já estão disponíveis em portos, aeroportos e áreas de fronteiras. "A declaração vai permitir um acompanhamento mais rápido dos passageiros", destacou o órgão, em nota. Segundo a agência, o tempo médio de preenchimento do documento é de cinco minutos. Apesar do crescimento do número de casos - desde sexta-feira, 126 novos casos foram registrados -, o ministério garante não haver um quadro de transmissão sustentada da doença no País. Até ontem, foram confirmados 16 casos autóctones (transmissão dentro do País, todas com vínculo direto a outros pacientes) e outros 14 casos estão sob investigação. Para o ministério, tal número está longe ainda de caracterizar a transmissão fora de controle. Até agora, recebem essa classificação Estados Unidos, México, Canadá e Austrália. O Chile registrou até o momento 4.315 pacientes com a doença e a Argentina, 1.118. Apesar de o universo de pacientes ser maior do que o brasileiro, esses países garantem que a transmissão da doença é limitada. FÉRIAS O Colégio Palmares, na zona oeste de São Paulo, antecipou o início do recesso do dia 30 para hoje. Um aluno da 8ª série do ensino fundamental, contraiu a doença em viagem a Argentina, no feriado de Corpus Christi. Ele passa bem e está em casa. No câmpus de Assis da Unesp, a 433 quilômetros de São Paulo, as aulas dos 1,7 mil estudantes foram suspensas após duas alunas contraírem a gripe suína. Em Porto Alegre, o Colégio Farroupilha, com 2,1 mil alunos, suspendeu todas as suas atividades por uma semana como medida preventiva. Anteontem, a Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul confirmou que um estudante da 8ª série foi infectado. Ele teria contraído a doença na Alemanha. No Colégio Marista Dom Silvério, em Belo Horizonte, 29 alunos de uma turma do ensino fundamental foram aconselhados a ficar em casa após um estudante de 7 anos apresentar os sintomas da doença. O menino passou o feriado de Corpus Christie numa cidade na fronteira com a Argentina. A professora do garoto também apresentou sintomas da gripe. SAIBA MAIS O que indica um caso suspeito de gripe suína? Febre acima de 37,5ºC, tosse ou dor de garganta acompanhadas ou não de dores de cabeça, musculares, nas articulações e dificuldade respiratória, por um período de até dez dias após sair de país afetado pelo vírus A(H1N1) ou ter histórico de contato com um caso suspeito nos últimos dez dias. A lista de países afetados pela doença está em www.saude.gov.br O que fazer se houver suspeita de contaminação? Busque um serviço de saúde no site www.saude.gov.br. Há hospitais de referência em todos os Estados. Cubra sempre a boca e o nariz ao tossir e espirrar e lave bem as mãos. Somente os casos graves são internados Deve-se evitar viajar para países que tenham casos? Até o momento não há orientação para evitar viagens Em quanto tempo, após a transmissão, os sintomas aparecem? Entre 3 e 7 dias após contato com o vírus A(H1N1). A transmissão é facilitada em locais fechados Como é feito o diagnóstico? Uma amostra de secreção respiratória é retirada do paciente e testada com kits enviados pela OMS e comprados pelo governo Como é o tratamento? É feito com os antivirais oseltamivir e zanamivir, que só podem ser usados com aval do médico As escolas devem fechar se houver casos entre alunos? A recomendação tem sido suspender as aulas porque as crianças transmitem a gripe facilmente, por terem muito contato próximo com adultos e colegas Referências no Estado - Em São Paulo: HC - (11) 3069-6405; Emílio Ribas - 3896-1200; Hospital São Paulo - 5576-4000; Hospital do Grajaú - 3544-9444; Centro de Referência e Tratamento de Aids - 5087- 9836 - Em Campinas: HC Unicamp - (19) 3521-2121 - Em Ribeirão Preto: HC de Ribeirão - (16) 3602-1000 - Em São José do Rio Preto: Hospital de Base- (17) 3201-5000

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.