O fetiche da bolsa

Peça cobiçada pelas mulheres, a bolsa provoca suspiros, desejos e consumo

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Por Mariana Abreu Sodré
Atualização:

A bolsa está entre os itens preferidos das mulheres. E o fascínio pelo acessório não é capricho contemporâneo. Para se ter uma idéia, esta peça segue a moda e desperta o desejo feminino desde o século 19. Isso porque, funcionais, as bolsas carregam muito mais do que pertences. Trazem também códigos. Podem acusar ou emprestar status, estilo, e são confidentes do grau de envolvimento de sua dona com as nuances da moda. Não tem jeito: fashionistas não dispensam o modelo do momento que, por hora, é pequeno, quase miniatura, e atende pelo nome de "baby bag", segundo Lilian Pacce, jornalista de moda, comandante do site lilianpacce.com.br e apresentadora do GNT Fashion. "As baby bags da Balenciaga prometem ser as bolsas da vez", diz. No entanto, foi usando uma bolsa estilo sacola, da marca Louis Vuitton, que Lilian se viu surpreendida por uma fã na rua. "Foi engraçado: uma pessoa me parou para dar parabéns pela bolsa! É um modelo especial da Louis Vuitton, com uma ilustração do (artista plástico Takashi) Murakami, e com meu nome assinado. Só existem outras 14 personalizadas no mundo. É verdade que ele errou meu nome, o escreveu com dois 'eles', mas gosto muito da bolsa mesmo assim", conta Lilian, numa história que ilustra bem o fetiche feminino por bolsas. A estilista Isabella Giobbi está entre as mulheres apaixonadas por bolsas. Tempos atrás, escreveu em sua coluna, no site RG Vogue, sobre a bolsa botox. Trata-se de uma peça sui generis, da tradicional marca italiana Zagliani, cujo couro recebe injeções de silicone - assim como o couro facial de algumas senhoras recebe toxina botulínica -, mas para conseguir um efeito contrário ao do popular botox nas humanas: a maleabilidade. Um luxo - falando das bolsas - que pode custar até US$ 15 mil. "O toque da bolsa fica similar ao do cashmere. O designer da marca, Mauro Oriette-Carella, é também dermatologista", explica Isabella, que nunca aplicou nada em sua pele, mas está louca por uma bolsa de couro siliconado, como as usadas por Madonna e Cindy Crawford. "Está na minha lista de desejos", confessa ela. Causa própria Apesar do fascínio por bolsas - Isabella tem uma coleção -, a estilista não desenha peças do tipo. Já a designer Denise Fasano transformou o encantamento pelas bolsas em profissão. No início deste ano, lançou a marca DF, que traz somente bolsas feitas dentro dos padrões de exigências de quem sempre contou com artigos Prada, Dolce & Gabanna, Tod?s, Chloé e Chanel no closet. "Para mim, uma bolsa equivale a uma jóia", compara. "Acho que é um complemento essencial em qualquer look. Em uma escala de 0 a 10, dou grau de importância 9 para o acessório." Adepta de bolsas de autoria própria ou importadas, Denise, assim como Isabella Giobbi, costuma comprá-las em viagens internacionais. "Os preços são menos salgados", comenta. Mas enganam-se os que pensam que só marcas caras e estrangeiras enlouquecem as mulheres. O poderio das bolsas no imaginário feminino nada tem a ver com cifras. Tanto é que a Le Postiche, segundo sua assessoria de imprensa, vende 70 mil bolsas por mês em suas 200 lojas pelo País.; da marca Bagga (R$ 300,00 em média), são vendidas mil peças. Sabe-se que há outras lojas que vendem bolsas como água, mas essas não revelam números. No mais, comenta-se que, em breve, São Paulo, assim como acontece em Londres, Paris e Nova York, terá um site especializado no aluguel de bolsas luxuosas, de grifes como Louis Vuitton, Marc Jacobs, Prada, entre outras. O futuro (e esperado) site se chamará Bella Bolsa, e deverá funcionar nos mesmos moldes dos serviços oferecidos nessas outras capitais do mundo. Lembra-se da estagiária de Carrie no filme Sex and The City, que era adepta de um site do gênero? Pois bem, logo as paulistanas também poderão se aventurar em um. O surgimento desse business em solo nacional é mais uma prova do poder das bolsas entre a mulherada. Enquanto o projeto não se concretiza, o jeito é esperar...

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